20 de novembro, dia da Consciência Negra

Durante a Frinape 2022, o Movimento Étnico Cultural dos Negros de Erechim (MENE) e Princesa Afro-Brasileira, Eduarda Barroso Alves Borges, fizeram apresentações e passearam pelo Parque da ACCIE

A data foi escolhida para celebrar a memória de Zumbi dos Palmares, que morreu no dia 20 de novembro de 1695. Zumbi foi o mais importante líder dos quilombos de Palmares, a maior e mais importante experiência de comunidade formada por pessoas escravizadas que fugiram. A população de Palmares foi estimada em mais de 30 mil pessoas.

Consciência negra é uma daquelas datas estabelecidas para preservar a memória de luta por ideais, ainda que banhadas por sangue e sedimentada por mortes. Após comandar por 15 anos o Quilombo dos Palmares, Zumbi foi morto em 20 de novembro de 1695, num território que hoje pertence a Alagoas. Ele liderava o maior reduto de resistência à escravidão do período colonial, que chegou a ter o tamanho de Portugal e contar com 30 mil escravizados fugitivos de fazendas, senzalas e prisões.

A ideia de “consciência negra” está relacionada com a valorização das culturas de matriz africana e da autoestima de populações negras, ambas impactadas de diversas formas pelos processos de racismo. Dessa forma, essa permissão se conecta ao “orgulho negro”, movimento de legitimação da estética negra e de reconhecimento de culturas com origem no continente africano que foram sufocadas pelo processo de colonização europeia e pelo deslocamento forçado promovido pela escravidão.

Nos anos 70, nasce no Brasil o Movimento Negro Unificado (MNU), com o objetivo de agir conjuntamente no enfrentamento a violações de direitos da população afrodescendente, como a ação policial violenta e desproporcional. Ali, o MNU também começa a discutir a criação de uma data para simbolizar a resistência ao racismo no país e para se opor ao 13 de maio, data que marca a assinatura da Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no país. Ativistas consideram a abolição incompleta, já que a população negra liberta não recebeu assistência ou apoio governamental para o acesso a terras, educação ou trabalho.

O Brasil instituiu o Dia da Consciência Negra em seu calendário oficial há dez anos. Celebrada em 20 de novembro, a data busca refletir sobre os efeitos do racismo e elevar a autoestima da população negra.

Atualmente a Cultura negra está representada em Erechim por vários grupos. Se você se interessou e quer saber mais ou fazer parte de um dos grupos, pode ter maiores informações junto ao arquivo histórico municipal, pelo site: https://www.pmerechim.rs.gov.br/pagina/332/imigrantes-etnia-negra, ou entre em contato com um dos grupos aqui apresentados: MENE – Movimento Étnico-cultural dos Negros de Erechim; Centro de Cultura Africana; Associação de Capoeira Angola; Núcleo de Estudos Afro-brasileiros.

 

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