Socorristas trabalham unidos para agilizar atendimentos em Erechim

Na noite de segunda-feira, 13 de agosto, telefonistas e operadores de rádio, funcionários terceirizados, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) iniciaram uma paralisação na central de regulação do órgão e provocaram a suspensão do serviço de emergência em quase todo o Rio Grande do Sul, já que médicos e enfermeiros que prestam o primeiro atendimento por telefone não recebiam as chamadas e não possuem treinamento para operar o sistema usado pelos telefonistas. O motivo da mobilização foi o atraso no pagamento dos trabalhadores.

O fato ganhou enorme repercussão e trouxe mais uma vez a discussão sobre a necessidade de municipalizar o serviço de regulação do Samu. Vale lembrar que durante a paralisação, apenas três municípios mantiveram inalterados os atendimentos: Porto Alegre, Caxias do Sul e Bagé – cidades onde há gestão plena da Saúde. Em Pelotas o serviço também não foi afetado, mas devido ao fato de os funcionários do Samu Regional não terem aderido a paralisação.

Erechim

Em Erechim a paralisação também foi pouco sentida, pois, assim que os socorristas foram informados sobre a paralisação, entraram em contato com os outros órgãos de atendimento de emergência para criar uma rede de informações que não deixasse a ambulância parada em caso de urgência e emergência. Participaram da ação, além do Samu, o Corpo de Bombeiros, a Ambulância Cidadã e a Brigada Militar. Na verdade esta rede de parceria funciona há muito tempo, apenas foi reforçada durante a manifestação dos terceirizados. Inclusive, servidores que não estavam de serviço se colocaram à disposição para auxiliar em caso de necessidade.

Segundo relata um socorrista do município, por exemplo, quando uma ligação é feita para o Corpo de Bombeiros (193) a ambulância desloca e conforme avaliação da situação, os próprios militares acionam o Samu (192) ou Ambulância Cidadã (160). Semelhante acontece quando a ligação é feita para a Brigada Militar (190). De imediato o atendente repassa para as ambulâncias. Em Erechim o Samu realiza uma média de 150 atendimentos/mês e a Ambulância Cidadã, 450 atendimentos/mês.

Municipalizar

Entre os socorristas de Erechim, é unânime a ideia de que a regulação do Samu deveria ser municipalizada, mas entendem que se trata de uma ação que geraria alto custo. “No início da estruturação do serviço cogitamos a possibilidade, porém o custo é muito alto, pois é preciso manter médico regulador durante as 24 horas do dia, por este e outros motivos a central de regulação é centralizada em Porto Alegre”.

Para algumas pessoas que já precisaram do serviço, a forma de regulação atual (que segue padrão nacional definido por Portaria do Ministério da Saúde) faz com que o acionamento da ambulância demore além do necessário.

O serviço funciona, resumidamente, desta maneira: Usuário solicita o atendimento; Telefonista identifica o socorro solicitado, colhe dados de identificação, localização e transfere a chamada para um médico regulador, que avalia a gravidade da situação através de protocolos técnicos e define o atendimento necessário (desde o envio da ambulância até orientação via telefone).

O procedimento pode até ser necessário, mas imagino que para uma pessoa sem conhecimento técnico e que de repente se vê em meio a uma situação de emergência, os minutos podem se tornar angustiantes.

Por Alan Dias 

 

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