Os temas fizeram parte da programação de encerramento do II Seminário Tecnológico de Engenharia Civil do Alto Uruguai, realizado no Auditório do Câmpus 2 da URI, nesta quinta-feira, 13.
As técnicas convencionais e avançadas de investigação de estruturas em concreto foram apresentadas pelo Diretor Técnico da Bruke do Brasil, engenheiro Kirke Andrew Wrubel Moreira. Ao abordar as peculiaridades relacionadas à aplicação de técnicas não destrutivas em edificações em fase de execução ou já acabadas, as quais buscam avaliar a resistência do concreto, disse que os problemas podem ter ligação com a fase de projeto, execução ou utilização.
Cabe destacar, disse Moreira, que para garantir a segurança das estruturas de concreto é necessário averiguar sua condição com um nível elevado de precisão e detalhe. “Sabe-se que a maneira usual de se inspecionar e fazer diagnósticos do desempenho das estruturas de concreto estão relacionados com os ensaios de resistência à compressão em testemunhos extraídos da própria estrutura. Porém, esse procedimento nem sempre é recomendado devido à geometria dos elementos estruturais, que muitas vezes não possibilita extrair testemunhos com as dimensões padronizadas para os ensaios, bem como os próprios riscos e danos que a técnica pode causar. A utilização de ensaios não destrutivos, normalmente restritos à avaliação da uniformidade da resistência mecânica do concreto, passa a ser então uma alternativa mais atraente, uma vez que os métodos se modernizaram, aumentando a precisão de análise pela combinação de métodos e detalhamento de outras características”, informou o palestrante.
Enquanto isso, o professor Douglas Couto, Sócio Diretor da PhD Engenharia, em São Paulo, falou sobre as boas práticas e profilaxia no projeto de estruturas de concreto. A conferência abordou peculiaridades relacionadas à fase de projeto de estruturas de concreto armado, enfatizando os principais cuidados durante essa etapa. Segundo o professor, “as dificuldades técnicas e o custo para solucionar um problema patológico, oriundo de uma falha de projeto, estão relacionados com a rapidez com que essa falha é solucionada. Uma falha originada no estudo preliminar necessita de uma solução muito mais complexa do que uma que venha a ocorrer na fase de projeto. Por outro lado, constata-se que as possíveis causas de falhas ocorridas durante a etapa de projeto são originadas a partir de um estudo preliminar deficiente ou de anteprojetos equivocados, o que acaba contribuindo para o encarecimento do processo de construção. Falhas ocorridas na realização do projeto final geralmente são as responsáveis pelo surgimento de manifestações patológicas sérias, tais como: projetos inadequados, deficiência no cálculo da estrutura, equívoco na avaliação da resistência do solo, má definição do modelo analítico, falta de compatibilidade entre a estrutura e a arquitetura, bem como os demais projetos civis, especificação inadequada de materiais, detalhamento insuficiente ou incorreto e erros de dimensionamento. Portanto, cabe ao profissional técnico elaborar um projeto estrutural adequado e exequível”, concluiu o engenheiro.
O II Seminário Tecnológico de Engenharia Civil do Alto Uruguai do Rio Grande do Sul foi uma iniciativa do Curso de Engenharia Civil da Universidade em parceria com a empresa Qualify. O patrocínio foi da empresa Traçado com apoio do IBRACON (Instituto Brasileiro de Concreto) e Associação Brasileira de Patologia das Construções (ALCONPAT).