Onda de Covid de janeiro derrubou produção no RS

Sondagem Industrial da FIERGS foi divulgada nesta quinta-feira

O índice de produção da pesquisa Sondagem Industrial caiu em janeiro, atingindo 44,9 pontos, o pior resultado do mês dos últimos quatro anos, 3,4 pontos abaixo da média histórica para o primeiro período do ano. A queda foi maior que o esperado pela sazonalidade em relação a dezembro, fato possivelmente associado a nova e intensa onda da Covid-19. A pesquisa, realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), foi divulgada nesta quinta-feira (3). Com variação de zero a 100 pontos, valores abaixo de 50 indicam queda ante o mês anterior. Conforme a pesquisa, o emprego industrial atingiu o 19º mês seguido de alta. O índice de emprego alcançou 51,6 pontos em janeiro, denotando, acima de 50, crescimento ante dezembro num período cujo padrão sazonal histórico aponta estabilidade (média do mês de 50,3).  “A nova onda de Covid acabou afetando não só a linha de produção, com colaboradores afastados, como também freou um pouco o mercado”, destacou o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

A indústria gaúcha utilizou 70,0% da sua capacidade instalada em janeiro, ficando estável em relação a dezembro e 2 p.p. acima da média do mês. Já os empresários gaúchos consideraram a utilização para o mês abaixo do normal: o índice de UCI em relação ao nível usual atingiu 45,8 pontos, o menor valor desde julho 2020 (44,1).  Os estoques de produtos finais, por sua vez, recuaram na virada do ano – o índice de evolução foi de 48,8 pontos (abaixo de 50) em janeiro –, repercutindo a queda da produção. A redução dos estoques, todavia, foi insuficiente para eliminar o excesso observado desde outubro de 2021. De fato, o índice de estoques em relação ao planejado foi de 51,4 pontos em janeiro – acima de 50 indica acúmulo indesejado pelas empresas.

Perspectivas – As perspectivas da indústria gaúcha para os próximos seis meses seguiram moderadamente otimistas em fevereiro. Os índices de expectativas variam de 0 a 100 pontos. Todos ficaram acima dos 50 e em níveis similares a janeiro, o que denota expectativa de expansão para a demanda (55,6 pontos), para o emprego (55,3 pontos), para as compras de matérias-primas (55,8 pontos) e para as exportações (56,6 pontos). Vale destacar, porém, que, à exceção das exportações, os valores são os menores para mês de fevereiro dos últimos três anos, o que significa otimismo menor e menos disseminado entre as empresas.

Por fim, os empresários gaúchos se mostraram mais dispostos a fazer investimentos. Em fevereiro, o índice de intenção de investir aumentou 1,5 ponto na comparação com janeiro para 59,9 pontos, 9,3 maior que a média histórica. No segundo mês do ano, 65,4% das empresas mostravam disposição para investir nos próximos seis meses.

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