João Alderi do Prado há 30 anos à frente da Creral
O mês de julho é muito especial para a Cooperativa Regional de Eletrificação Rural do Alto Uruguai – Creral devido as comemorações. Além de ser o mês do cooperativismo, no dia 4 de julho, o presidente da cooperativa, João Alderi do Prado, completou 30 anos à frente da presidência. Sem esquecer, que a Creral se prepara para comemorar 53 anos de trajetória no próximo sábado (23).
A cooperativa com sede em Erechim, conta com aproximadamente oito mil associados ativos que consomem energia regularmente, em redes nas regiões Alto Uruguai, Altos da Serra e Produção. Atua também em projetos nas áreas de geração de energia solar e eólica e desde 2014, na área de telecom com serviço de internet por meio de fibra óptica.
Nos projetos de geração de energia está presente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Brasília. No Paraná, tem projeto na área hídrica, na cidade de Apucarana, uma PCH de 10 MW. São Paulo e Brasília são projetos solares. “No RS estamos em Rosário do Sul, Santa do Livramento e Santa Vitória do Palmar com energia eólica, fazendo a medição do vento, o projeto exige três anos de medição de vento, mas já estamos há um ano e meio realizando. Em Santa Catarina, estamos em Campos Novos com a PCH Ibicuí II que entrou em operação em julho, neste mês também entrou em operação a PCH Bortolozo, em Iomerê, cidade pequena, próximo a Videira. Por falar em Videira, também estamos construindo uma usina. Em Lages, o início das obras da PCH será em setembro, a maior da Creral em construção com 19.5 MW e parceria de vários investidores, com custo estimado de R$ 160 milhões”, contou o presidente.
A Creral também está trabalhando em projetos maiores, como a “Foz do Prata que vamos protocolar, lá são 49 MW, entre Veranópolis e Nova Roma do Sul, investimento próximo a R$ 400 milhões”.
Dificuldades na década de 90
Mas, nem sempre a história foi um “mar de rosas”, em 1992 a cooperativa enfrentou uma grande crise, com inúmeros problemas financeiros e de infraestrutura no atendimento aos seus associados, além de ter a tarifa de energia com valor 50% maior que a tarifa da distribuidora estatal.
Naquele período Prado assumiu a presidência da cooperativa e temeu que a mesma fosse fechar as portas. “Os associados deliberaram entregar as redes e fechar a cooperativa. Mas, ninguém queria assumir as nossas redes, nem o Estado, nem mesmo a CEE. Entendemos que a nossa crise não melhoraria a rede, nem as tarifas e tínhamos que encontrar uma solução. Fomos nas comunidades mostrar a real situação e todo mundo abraçou a causa. Realizamos várias campanhas para superar a crise, nós comprávamos eucalipto verde, botava um litro de asfalto e jogava na rede, postes que iam durar seis, sete ou oito anos, mas era o que tinha. Para quem tinha seis mil postes podres, caindo, o que viesse era lucro. Realizávamos limpeza de rede em mutirão nas comunidade e implantamos R$ 1 real na conta de energia por associado para acelerar a troca de postes, isso tudo fez que crescesse uma organização, uma vontade do associado em construir algo diferente”, contou.
O algo diferente é possível observar atualmente, uma rede com qualidade, postes de concreto e rede com facilidade de acesso. “A falta de energia é comum em temporais, vendavais, mas temos reposto com rapidez, raramente um associado fica sem energia à noite. A qualidade de energia que chega nas propriedade e serviço de manutenção é muito bom”, assegurou.
Hoje, com uma tarifa que oscila entre 2%, 3%, mais baixa que dá concessionaria, a Creral se diferencia pela qualidade da rede e serviços.
Cooperativismo
Para João Alderi do Prado, o cooperativismo foi a mola propulsora do desenvolvimento da região. Lembrou que em “1941 surgiu a primeira cooperativa de eletrificação rural do Brasil, em Quatro Irmãos. Veja só, a história vem sendo mesclada com o Alto Uruguai, as cooperativas são vetores do desenvolvimento”, finalizou.