Felipe Fioravante Filippini é ordenado padre para a Diocese de Erechim

 

Poucos dias depois do início de seu ministério episcopal na Diocese de Caxias do Sul, Dom José Gislon retornou à diocese de Erexim para ordenar padre o Diácono Felipe Fioravante Filippini, na noite deste 20 de setembro, feriado no Rio Grande do Sul, em missa na Catedral diocesana, no ano do centenário de criação da Paróquia. A missa foi concelebrada por 37 padres, com a participação de 7 diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas, familiares do novo padre e muitas pessoas de sua comunidade de origem, Cristo Rei, da Paróquia da Catedral, e de outras nas quais desenvolveu atividades pastorais como seminarista e como diácono. Pe. José Carlos Sala e equipe animaram os cantos da celebração.

Após a proclamação da palavra, Pe. Clair Favreto, Reitor do Seminário Maior São José da Diocese, solicitou ao Bispo que ordenasse padre o diácono Felipe.

Acolhido o pedido, na homilia, Dom José, depois de ampla saudação aos diversos grupos participantes da missa, expressou gratidão a Deus pela oportunidade de ordenar um novo padre. Recordou que no peregrinar da vida, há riscos à vida de fé e obstáculos que põem à prova o testemunho e a vida cristã. Ressaltou que o sacerdócio ministerial é graça divina para a obra da Igreja, conferido a pessoas do meio do povo para atuarem em seu favor em nome de Cristo. Enfatizou a importância e a necessidade vital da oração para o presbítero viver com perseverança e fidelidade o ministério presbiteral. (Abaixo, íntegra da homilia de Dom José).

Na sequência do rito de ordenação, houve o canto da ladainha de todos os santos, a imposição das mãos sobre o ordenando e a oração, a unção das suas mãos, entrega da veste presbiteral e do pão e do vinho para a missa.

No final da celebração, o novo padre foi saudado pelo coordenador da Pastoral Presbiteral, Pe. Dirceu Balestrin, acolhendo-o na família presbiteral da Diocese de Erexim. Convidou Pe. Edegar Passaglia, o último ordenado na Diocese, a entregar-lhe uma lembrança. Reni Giareta Oleksinski, falou pela Paróquia Imaculada Conceição de Getúlio Vargas, onde o novo padre atuava como diácono e passará a trabalhar como Vigário Paroquial. Manifestou gratidão a Deus pelo dom da ordenação do novo padre que assumiu o chamado de Deus com perseverança e coragem. Por seu ministério, tornará Cristo presente no meio do povo. Recomendou-lhe lembrar sempre da Virgem Maria, a Mãe dos sacerdotes.

Por fim, o novo padre dirigiu sua mensagem aos presentes. Externou agradecimentos diversos, especialmente a seus pais e familiares, à Diocese de Erexim, aos formadores, às comunidades nas quais atuou como seminarista e como diácono. Ressaltou o amor de Deus por todos e a resposta generosa que a Ele se deve dar, numa vocação específica. Resposta que é dada com sua graça e a ajuda de muitas pessoas que Ele mesmo coloca na caminhada de cada um.

Concluída a celebração, houve confraternização no subsolo da Catedral.

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Íntegra da homilia de Dom José

Ordenação Sacerdotal

Catedral São José, Erechim, 20-09-2019

Diácono Felipe Filippini

Lema: “Somos mais que vencedores graças àquele que nos amou” (Rm 8,37).

Saúdo o Pe. Antonio Valentini Neto, Administrador Diocesano; o Pe. Clair Favreto, Diretor e formador do Seminário São José; o Pe. Giovani Momo; promotor vocacional da Diocese; o Pe. Valtuir Bolzan, pároco da Paróquia Imaculada Conceição de Getúlio Vargas; o Pe. Alvise Follador, pároco da Paróquia Catedral São José, e através dele saúdo todos os sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas e seminaristas presentes. Saúdo os ministros e ministras extraordinários da sagrada comunhão eucarística, as catequistas, as zeladoras de capelinhas, os que estão envolvidos nas pastorais e movimentos, os membros dos Conselhos e as autoridades civis aqui presentes ou representadas.

Com estima, saúdo os pais do Diácono Felipe Filippini, que será ordenado sacerdote, o senhor Benjamim Ari Filippini e a senhora Ivanilde Ana Zuchi Filippini; seu irmão Rodrigo, sua irmã Daiane, sobrinhos e outros familiares aqui presentes. Sei que alguns vieram de longe para participar deste momento tão bonito e marcante na tua vida, Felipe, mas também na vida da tua família, da comunidade Cristo Rei, do Lajeado Paca, onde tu viveste a tua infância e sentiste o chamado de Deus para abraçar a vocação sacerdotal, de servir o Senhor, servindo a Igreja povo de Deus. Podemos dizer que este é o ano da graça para a Paróquia São José – Catedral, que recentemente celebrou o seu Centenário, e hoje nos acolhe para louvarmos e agradecermos a Deus, pelo dom da vocação sacerdotal de um de seus filhos.

Saúdo os irmãos e irmãs da Paróquia São José, Catedral, que nos acolhe com o coração em festa; os paroquianos da Paróquia Imaculada Conceição, de Getúlio Vargas, onde o Diácono Felipe Filippini está exercendo o seu ministério; o querido povo de Deus que veio das várias comunidades da Diocese de Erexim e de outras, para agradecer a Deus pelo dom da vocação sacerdotal e a graça de podermos impor as mãos e ordenarmos um novo sacerdote para servir o Senhor, servindo os irmãos na Igreja comunidade de fé.

Quero trazer presente, neste momento, todos os enfermos e seus familiares, os benfeitores das vocações, lembrando também aqueles e aquelas que já partiram para receber o abraço da misericórdia do Cristo sacerdote, na casa do Pai.

Queridos irmãos e irmãs, no peregrinar da vida, a fortuna e o sucesso podem nos fazer perder a fé e esquecermos a presença de Deus na nossa vida. Mas, é, sobretudo, a contrariedade e a dor que geram desconforto e distância do Senhor. Também o apóstolo Paulo passou por estas tentações e provações e elenca sete dificuldades experimentadas: “a tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo e a espada”.

Cada um de nós poderia alargar esta lista, com várias outras situações que muitas vezes colocaram e colocam à prova a nossa adesão a Cristo. Podem ser o medo de perder ocasiões e oportunidades de sermos “felizes”, o desânimo e até o cansaço diante da constatação das próprias fragilidades e misérias morais; a vergonha que induz a não admitir serenamente os próprios erros; o remorso que tira a paz do nosso coração, nos angustia, nos leva ao desespero, e faz crescer em nós a incerteza de ainda sermos amados por Deus.

Como cristãos, podemos optar pelo caminho da resignação, ou alargar o horizonte da nossa fé, para poder dizer com convicção: “Nada poderá jamais me separar do amor de Deus, que se manifestou em Cristo”. Estamos aqui participando de uma celebração eucarística, na qual um filho desta Igreja será ordenado sacerdote. A Igreja como comunidade dos crentes, como povo pertencente a Deus, é um sacerdócio régio. No seio desta comunidade, alguns são destinados e consagrados para desenvolver o sacerdócio ministerial. Mas a participação no sacerdócio de Cristo, recebida no sacramento da Ordem, não torna aqueles que o recebem – os sacerdotes – melhores cristãos ou mais elevados. A existência sacerdotal alimenta-se da vontade de o Senhor confiar o ministério salvífico a homens frágeis, enquanto instrumentos, e de acolhê-los no seu seio pela sua dedicação. O centro permanente e alicerce da existência sacerdotal só poderão tornar-se claros, quando e onde forem concebidos, a partir de Jesus Cristo e em ordem a Ele. Assim como o Pai enviou o seu Filho ao mundo, para agir em seu nome, assim também envia o sacerdote para agir da mesma forma.

Faz parte de quem exerce ministério sacerdotal ser homem de Deus, encorajar os irmãos e irmãs a superarem o esquecimento de Deus, e ajudá-los a transformar a humanidade, infundindo nos seus corações uma esperança viva, apesar de todas as dificuldades e fragilidades que encontram no peregrinar da vida. O sacerdote é o homem de Deus, o homem da fé, o homem da Igreja povo de Deus. Ele é chamado a estar, simultaneamente, próximo de Deus e próximo das pessoas. O seu ministério tem por objetivo guiar os homens e as mulheres a uma esperança cada vez maior, revelar-lhes um horizonte sempre mais amplo e uma perspectiva à luz da fé em Cristo Jesus.

O dever e a missão do sacerdote exigem a plena fidelidade a Cristo e a íntima união com Ele. O sacerdote é chamado a ser “amigo de Cristo”. A fidelidade do sacerdote brota da amizade intima com Cristo e torna-se possível pelo fato de ele permanecer próximo dele no seu amor. Ser/estar em Cristo significa acolher a sua força para poder agir em seu nome e, assim, dar muito fruto. Somente nesta amizade viva com Cristo é que o sacerdote poderá realizar a sua missão de “enviado de Cristo”. Toda a sua vida deve ser um exercício na amizade com Jesus. De tal modo, ele toma as suas decisões e projeta a sua vida, inspirando-se na figura de Cristo, que se transforma na figura do amor de Deus na história. Quando o sacerdote vive de Cristo, pode conduzir os irmãos e irmãs a seu Redentor. Pode percorrer um longo caminho como sacerdote sem nunca se cansar.

Caro Diácono Felipe, serás ordenado sacerdote depois de um longo caminho de formação e provações. Penso que perseveraste, porque acreditaste em primeira pessoa na tua vocação, no chamado que o Senhor fez ao teu coração: “Vem e segue-me”. Tem presente que o exercício do ministério pastoral pode ser estressante na vida cotidiana, e te custar muito esforço. Por isso precisarás da força da oração para perseverar. Quando se deixa de lado a oração, a esperança enfraquece, pode tomar lugar na tua vida e missão um sentimento de impotência que leva à resignação e à perda de sentido do ministério sacerdotal. Quando não se vê a importância da oração na vida sacerdotal, acabam por dominar na vida do presbítero a preocupação e o interesse por tantas outras coisas, menos com o cuidado da sua vida de homem de Deus.

A oração é, portanto, recurso indispensável para reconhecermos com maior clareza muitas coisas e termos diante dos nossos olhos aquilo que é essencial e importante. Ela nos ajuda a não nos deixarmos cair na inércia, a não perder a paixão e a impedir que a nossa fé seja suplantada pelas coisas vãs do mundo. Cultiva sensibilidade e compaixão pelo povo que te for confiado no teu ministério sacerdotal. Não esqueças que recebeste o Sacramento da Ordem para estar a serviço da Igreja povo de Deus. Não tenhas medo de ir em busca da ovelha perdida e muitas vezes ferida no corpo e na alma. Ajuda os fiéis a percorrerem o caminho da vida que os conduza à casa do Pai, e vive o teu ministério com alegria, como graça de Deus, para a tua santificação e a do nosso querido povo.

Que a Virgem Maria, mãe do Cristo Sacerdote, te proteja e te acompanhe na tua vocação e missão sacerdotal, e interceda a Deus copiosas bênçãos sobre todos nós e novas vocações ao sacerdócio.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.

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