Emater realiza capacitação em nogueira-pecã para produtores do Alto Uruguai
Visando qualificar técnicos e produtores da região do Alto Uruguai e oportunizar mais uma alternativa de renda aos produtores, bem como qualificar a produção, a Emater/RS-Ascar, através do Escritório Regional de Erechim, realizou uma capacitação voltada para o cultivo da nogueira-pecã, nesta terça e quarta-feira (06/08 e 07/08), na Cantina Trentin, em Erechim. Durante os dois dias foram ministradas palestras técnicas pelo doutor em Agronomia e professor do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria, Diniz Fronza, pelo doutorando em Fitotecnia, Rudinei De Marco, e pelo assistente técnico regional em Sistema de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar de Erechim, Luiz Angelo Poletto. Foram repassadas orientações desde a implantação do pomar, com os cuidados necessários com o solo, passando pelo cultivo, manejo correto como poda, irrigação, controle de doenças e pragas, biologia, fitossanidade, produção, principais variedades e suas características, potencialidades, produtividade, dentre outros temas.
Segundo Poletto, a região do Alto Uruguai tem uma área de mais de 93 hectares cultivados com nogueira pecã, com uma produção, até o momento, estimada em 15 mil quilos, já que a maioria das árvores está em formação. Uma nogueira pecã demora, no mínimo, de oito a dez dez anos para ter uma produção de 1.500 quilos de noz-pecã por hectare, exemplifica. A previsão, segundo Poletto, é de que essa produção seja atingida daqui a oito anos. A atividade envolve 44 produtores na região. Para ele, ainda falta conhecimento técnico para conduzir os pomares e mais informações sobre cultivares (produtoras e polinizadoras), entre outras técnicas de cultivo. A produção de fruta já despertou interesse para futuras instalações de agroindústrias.
De Marco detalhou as especificidades e as características de algumas cultivares. Segundo ele, a noz pecã tem alternância de produção. No entanto, observou que essa alternância pode ser reduzida com manejo adequado, permitindo a luminosidade da planta, por exemplo. Também chamou atenção para fatores importantes como a nutrição da planta (aplicação de boro e zinco) e o controle de pragas e doenças. De Marco avaliou variedades de ciclos curto e tardio. A maioria das cultivares (41) inicia o ciclo em agosto, observou. Também aconselhou o uso de quebra-ventos e tutores, entre outras medidas para atender às exigências climáticas da planta. “A nogueira é exigente em água, mas não suporta solo mau drenado”, reafirmou. Segundo De Marco, as consequências do déficit hídrico são frutos pequenos e sem qualidade.
Diniz Fronza destacou dez técnicas para ter alta produtividade e rendimento financeiro. Dentre elas, estão a genética (mudas sadias), solo adequado, poda de formação, irrigação, nutrição, sanidade, polinização, qualidade dos frutos e aplicações preventivas. “A nogueira é exigente em água e aeração”, disse, ao detalhar cada técnica.
A programação da parte da manhã encerrou com a abertura do evento, com participação de diversos parceiros da Emater/RS-Ascar. Participaram o gerente regional adjunto da Emater/RS-Ascar de Erechim, Marcos Gobbo, o secretário municipal da Agricultura e também titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Erechim, Altemir Barp, e representantes das instituições financeiras Sicredi e Cresol, do Banco do Brasil e do Banrisul, entre outros. Todos elogiaram o trabalho e destacaram a importância desta capacitação para os produtores e técnicos. Também prestigiaram o evento a Gerência do Escritório Regional de Passo Fundo, Oriberto Adami e Dartanhan Vecchi.
No segundo dia da capacitação (07/08) houve palestras e realizada uma prática na propriedade do produtor Julio Kotiarenko, localizada no KM 8 – Dourado, em Erechim.
A capacitação contou com apoio da Secretaria Municipal da Agricultura de Erechim e da equipe do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Erechim.