Curso de Educação do Campo da UFFS obtém conceito 4 do MEC

Avaliação destacou que percentual dos docentes com mestrado e doutorado é superior a 75%, entre outros quesitos

O curso superior Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências da Natureza – Licenciatura da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim foi avaliado, pelo Ministério da Educação (MEC), com o conceito 4 – dentro de uma escala em que a nota máxima é 5. A divulgação foi feita na semana passada, após visita de avaliadores do MEC no Campus.

Para o processo de reconhecimento da graduação, o MEC observou diversos quesitos, que incluem desde documentos como o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o Projeto Pedagógico do Curso (PPC), além de questões relativas à qualidade do corpo docente, infraestrutura, organização didático-pedagógica, entre outras.

No documento final da avaliação é possível verificar os apontamentos feitos pela comissão avaliadora. Referente ao PPC, o MEC afirma que ele contempla “de forma excelente as exigências” porque “busca atender aos Movimentos Sociais e Populares, bem como das populações camponesas que vivem nos 31 municípios pertencentes à região do Alto Uruguai no estado do Rio Grande Sul, desprovidas de políticas de acesso ao Ensino Superior, bem como às comunidades indígenas, visando a formação adequada à permanência e produção de vida no meio rural pelo viés da agroecologia, com ações próprias da vida do campo, fazendo com que o Ensino, a Pesquisa e a Extensão estejam voltados às atividades da agricultura familiar sustentável”.

Outro destaque do curso de licenciatura refere-se à integração da Universidade com as redes públicas de ensino, consolidando “a teoria e prática de forma excelente, em especial no que se refere às práticas de estágio curricular obrigatório”. O documento ressalta também que “as políticas institucionais de Ensino, de Pesquisa e de Extensão, previstas no PDI, estão implantadas com o objetivo de incentivar a investigação científica por meio de projetos, integrando a participação de professores e alunos do curso”.

No total, 31% dos professores possuem doutorado e 69% são mestres. Isto significa que o percentual dos docentes do curso têm titulação em programas de Pós-Graduação Stricto sensu é superior a 75%. Além disso, o documento ressalta que mais de 50% dos professores apresentam bem mais do que nove produções científicas e tecnológicas.

Para o coordenador do curso, Denilson da Silva, o conceito conquistado reflete a seriedade, a qualidade e o trabalho comprometido, desenvolvido de forma coletiva por professores e técnicos-administrativos da UFFS desde a concepção do PPC do curso. “Reflete também o compromisso dos acadêmicos que compreendem a importância de sua formação no desenvolvimento social, político e econômico de suas comunidades. Se por um lado estamos orgulhosos com o resultado, por outro, percebemos a responsabilidade de qualificar ainda mais o curso para superar os desafios do presente, fortalecer a Educação do Campo como modalidade capaz de transformar a Escola do Campo e atender as demandas de educação integral dos camponeses e dos povos tradicionais”, afirma o docente.

Natural de Erechim, Grasiele da Conceição de Oliveira é acadêmica do curso. Antes de ingressar, nunca tinha pensado em se tornar professora. E, devido aos custos, não tinha como pagar um curso em uma instituição privada. Também jamais pensou em ingressar em uma Universidade Federal. “Quando comecei era uma curso novo na época. Logo me apaixonei pela Licenciatura. Fiz um estágio não obrigatório em uma escola e hoje sou bolsista do PIBID”, conta. Hoje, se encaminhando para os últimos semestres, já pensa em uma Pós-Graduação.

O curso Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências da Natureza – Licenciatura iniciou na UFFS – Campus Erechim em 2013, atendendo a uma demanda dos movimentos sociais e a partir da compreensão do MEC de que eram necessárias políticas públicas efetivas para a formação de professores que atendessem a especificidade dos camponeses e povos tradicionais.

A graduação é destinada àqueles que desejam atuar preferencialmente em escolas localizadas no campo, assim como em outros espaços educativos escolares e não escolares, lecionando disciplinas que integram a área das Ciências da Natureza. As aulas ocorrem em regime de alternância e são organizadas em dois tempos: o Tempo Universidade e o Tempo Comunidade.

Diferente dos demais cursos superiores da Universidade, o ingresso ocorre por processo seletivo especial, aplicado desde 2013. O último edital teve mais de 200 candidatos inscritos – os 40 aprovados iniciaram seus estudos no dia 28 de setembro. Para a Aula Inaugural do semestre, o professor Attico Inácio Chassot, referência em alfabetização científica e ensino de Ciências na América Latina, foi o grande convidado.

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