Brasil: um país dependente do transporte rodoviário
A paralisação dos caminhoneiros provocou uma convulsão na vida das pessoas que dependem dos mais diversos tipos de transportes rodoviários, no Brasil. Nesta paralisação não teve um setor ou segmento que não tenha sido afetado pela paralisação desta tão importante classe para o desenvolvimento do país. Por outro lado, a greve dos caminhoneiros mostra o quanto o país é dependente do transporte rodoviário. Segundo dados divulgados pelo Instituto Ilos, especialista em referência no setor de logística, aproximadamente 63% do transporte de cargas em solo brasileiro é realizado através do modal rodoviário. É por esta “rododependência” que entendemos o porquê os caminhoneiros tem esta capacidade de parar o país em prol de suas reivindicações.
A falta de investimentos em outros modelos, como ferroviário, aquaviário, dutoviário e aéreo mostram o quanto o Brasil involui comparado consigo mesmo. Antes das décadas de 1950, o transporte ferroviário de cargas era o principal meio para transportar passageiros e escoar a produção do país. Com o passar das décadas, incluindo governo militar, de direita e esquerda, as ferrovias foram deixadas de lado ou concedidas à iniciativa privada para exploração de minérios. Hoje, o transporte ferroviário corresponde a pouco mais de 20% em nosso país, sendo que, 80% é utilizado para o transporte de cargas de minério de ferro, conforme informou em relatório a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).
O transporte rodoviário jamais será substituído por outro modal como o ferroviário, mas poderá ser integrado para que parte da produção brasileira tenha os trens como alternativa. Estamos em ano eleitoral, e acredito que os candidatos à presidência da república deveriam começar traçar seus planos de governo a partir de uma melhoria na logística de transportes do país. No governo da então presidente, Dilma Rousseff, o Plano Nacional de Logística fora elaborado para melhorar o transporte de cargas no Brasil, porém, este nunca avançou.
Por Fabio Lazzarotto