Banco Central afirma que a continuidade da queda da inflação pode permitir o corte de juros em agosto

A informação consta na ata da última reunião do Copom, realizada na semana passada

O Copom (Comitê de Política Monetária), formado pelo presidente e por diretores do BC (Banco Central) avaliou nesta terça-feira (27) que a continuidade da queda da inflação e seu impacto sobre as expectativas do mercado financeiro para o índice podem possibilitar uma queda dos juros no começo de agosto.

A informação consta na ata da última reunião do comitê, realizada na semana passada, quando a Selic foi mantida em 13,75% ao ano, o maior nível em seis anos e meio. O Copom é responsável por fixar os juros básicos da economia brasileira.

“A avaliação predominante [entre os integrantes do Copom] foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso [bem gradual] de inflexão [corte dos juros] na próxima reunião [marcada para o início de agosto]”, informou o BC.

A autoridade monetária acrescentou, entretanto, que alguns integrantes do Copom, embora em minoria, mostraram-se mais cautelosos, avaliando que a dinâmica de queda da inflação “ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e que a incerteza sobre o hiato do produto [capacidade de a economia crescer sem gerar inflação] gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário [alta dos juros] até então implementado”.

“Para esse grupo, é necessário observar maior reancoragem das expectativas longas [projeções de inflação do mercado para os próximos anos em linha com as metas] e acumular mais evidências de desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo”, informou a instituição.

Por fim, o BC afirmou que houve unanimidade entre os integrantes do Copom ao concordarem que os “passos futuros da política monetária” [definição dos juros para conter a inflação] dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica – isto é, do comportamento dos próximos resultados do IPCA; das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo – ou seja, das projeções do mercado para a inflação; de suas projeções de inflação – das estimativas do próprio BC para o IPCA; do hiato do produto – dos indicadores sobre a capacidade de crescimento da economia sem gerar inflação; do balanço de riscos – dos índices que mostram que a inflação futura pode ser maior ou menor.

O Copom afirmou que avalia de forma unânime que cortes de juros “exigem confiança” na trajetória de queda da inflação, uma vez que reduções “prematuras” da taxa Selic podem gerar “reacelerações do processo inflacionário”.

Fonte: O Sul
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