Aspectos da realidade social na encenação da Paixão de Cristo no Bairro São Vicente de Paulo
A já tradicional encenação da Paixão de Cristo no Bairro São Vicente de Paulo alcançou sua 39ª edição na manhã desta Sexta-feira Santa. Com texto adaptado a cada ano pela professora aposentada Joemir Rosset, pessoas do Bairro dedicaram a tarde de diversos domingos para os necessários ensaios. Assim, cada participante vive com emoção o personagem que representa, seja o de Pilatos, dos soldados, das lideranças religiosas, de Judas que se enforca depois de trair o Cristo, de Simão de Cirene que O ajuda a carregar a Cruz, de Verônica que lhe enxuga o rosto, de Maria, a Mãe, e outras mulheres que O acompanham até a sua morte, dos dois ladrões crucificados com Ele.
No roteiro que elabora, Joemir, fiel à narração da Paixão de Cristo do Evangelho, introduz referências à realidade atual. Em relação à condenação injusta de Cristo, lembra as injustiças de hoje. Diante do desespero de Judas que se enforcou, exorta à esperança e à confiança na misericórdia de Deus. Comentando a ajuda do Cireneu a Cristo, lembra as pessoas que hoje ajudam o próximo, mas questiona as que são indiferentes diante da dor dos irmãos. Na cena em que Maria recebe o Filho morto descido da cruz, recorda as mães que têm seus filhos vítimas da criminalidade, especialmente no tráfico de drogas. Uma referência é à Campanha da Fraternidade de cada ano. Assim, lembrou as pessoas excluídas e sem atendimento às suas necessidades básicas por falta de políticas públicas adequadas.
Na conclusão da encenação, o Diácono Lucas Stein, que atua na Paróquia São Pedro e que assessorou a equipe dos comentários, dirigiu mensagem, convidando a aprofundar o significado da Morte de Cristo.
O grupo teve um dia intenso, pois, à tarde, realizou a mesma encenação em Barão de Cotegipe e à noite, participou da encenação na Praça Jayme Lago, no centro da cidade de Erexim.