Ao ver pessoas ou veículos estranhos circulando pelo interior, avise a polícia

Esta semana obtive e divulguei informações sobre assalto a uma residência no interior de Erechim. No local, cerca de dois quilômetros da sede do Povoado Argenta, os criminosos fizeram moradores reféns, permaneceram horas dentro da casa e fugiram levando diversos objetos, entre eles, armas e um carro. Em conversas com fontes, as armas nestas propriedades rurais seriam um dos principais objetivos dos ladrões nestes casos, que têm mostrado crescimento este ano na região.

Geralmente, no dia seguinte após estes roubos, surgem nas comunidades ou até nos municípios, diversos comentários dizendo que dias antes ou na data, moradores notaram veículos ou pessoas estranhas na área.

Nestes anos cobrindo a editoria de Segurança Pública, acompanhei incontáveis entrevistas concedidas pela Polícia Civil e pela Brigada Militar, onde as forças solicitavam que a população entrasse em contato em caso de avistar suspeitos circulando pelas estradas do interior ou nas cidades, principalmente nos municípios menores, onde a convivência acaba por fazer com que a maioria se conheça e a presença de um estranho acabe por rapidamente chamar atenção. Em reuniões por diferentes comunidades, as forças policiais também costumam alertar sobre o mesmo fato, porém tais denúncias acabam chegando apenas depois dos crimes ocorridos.

Delegados e comandantes sempre destacaram que a participação da população na prevenção e elucidação de crimes é fundamental. São inúmeros os assaltos, arrombamentos e furtos que foram evitados nas vezes em que a informação chegou com antecedência.

Nossas polícias estão entre as que mais realizam prisões no Estado e entre as com maior número de crimes violentos solucionados, ao mesmo tempo, figuram na lista das que mais sofrem com déficit de efetivo no Rio Grande do Sul. A defasagem deixa evidente que é impossível cobrir por 24 horas, todos os dias, os quase 40 municípios espalhados em um território que possui mais de 8.208.75 km², faz fronteira com outro estado e possui dezenas de rotas de fuga, que formam um enorme labirinto cercado de matas.

Compreendo quando um cidadão prefere não testemunhar em algum caso temendo represálias contra si ou contra a família, mas as denúncias não envolvem exposição, podem ser feitas de forma anônima, e são uma arma poderosa na luta contra o avanço da criminalidade.

Por Alan Dias 

 

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