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Número de infrações no trânsito cai no RS pelo segundo ano consecutivo

Total de irregularidades flagradas em ruas e rodovias gaúchas vem diminuindo desde 2016

O registro de infrações no Rio Grande do Sul apresentou queda pelo segundo ano consecutivo. Apesar de os dados serem parciais, a redução foi de 18,25% de 2016 para 2018. Conforme o Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran/RS), os números vêm caindo desde 2016, o que pode indicar que a imprudência está ficando de lado e os condutores de veículos estão mais cautelosos.

Em 2018, foram registradas 2.970.117 infrações (dados ainda não completos), número menor que as 3.290.104 de 2017 e as 3.633.253 de 2016.

No ranking das cinco infrações mais cometidas, a recordista segue sendo o excesso de velocidade, ficando em primeiro lugar, com 1.320.494 de registros em 2018. A boa notícia é que, em comparação com os registros de 2017 (1.564.224 em 2017), houve uma redução.

Conforme o Detran/RS, a mais recorrente é sempre excesso de velocidade e uma das razões para isto é que o registro é feito não só pela atuação de um agente, mas também por equipamento eletrônico estático (pardais, lombadas eletrônicas).

Em segundo lugar ficou a infração prevista pelo artigo 162 do CTB, dirigir sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Foram 256.482 registros em 2018, também com redução em relação a 2017, quando 256.905 infrações deste artigo foram registradas. Em terceiro lugar, irregularidade prevista pelo o artigo 181 do CTB, está o estacionamento irregular (231.982 em 2018 e 247.688 em 2017).

Em quarto lugar, ficou a condução de veículo com placa sem condições de visibilidade, com elemento de identificação violado ou falsificado ou que não está registrado ou devidamente licenciado (entre outros pontos), conforme determinado pelo artigo 230.

Neste item, foram registradas 186.903 infrações em 2018, número inferior às ocorrências de 2017: 182.003. Para fechar as cinco infrações mais cometidas, está, em quinto lugar, as penalidades referentes ao artigo 257 do CTB, que determina punição de Pessoas Jurídicas, proprietárias de veículos, que não apresentem a identificação do condutor em caso de infração.

Condutores com idades entre 26 e 45 anos concentraram 49,36% das infrações registradas no Estado em 2018. Entre as faixas etárias, o percentual de infrações cometidas aumentou entre os condutores de 18 a 35 anos e apresentou redução entre 36 e 65 anos. Os mais imprudentes estão na faixa entre 36 e 40 anos, entre os quais foram registradas 13,35% das infrações.

Programas educacionais e condutor mais consciente

Entre as causas da redução das infrações estão, conforme o Detran/RS, o fomento de programas educacionais e o fato de que os condutores parecem estar mais conscientes. “Além da consciência do condutor, que parece estar se cuidando mais, também tem a questão da pontuação, que auxilia na redução das autuações”, explicou o chefe da divisão de infrações do Detran/RS, Marcelo Ferreira.

Segundo ele, é possível observar que o ápice das autuações também está vinculado aos períodos em que há maior número de acidentes: feriados e época de férias. “Notamos que quando o pessoal se desloca para viajar nestas datas há um maior índice, geralmente em rodovias. Sempre apontamos esse cuidado com a velocidade e a imprudência”, destacou.

Os órgãos autuadores, conforme Ferreira, intensificam os monitoramentos nos pontos mais críticos onde, por exemplo, ocorrem acidentes mais graves. “Eles tentam mapear onde ocorre o maior número de acidentes, também, para ampliar a fiscalização”, explicou. O excesso de velocidade em períodos festivos, de acordo com Ferreira, deve-se principalmente à ansiedade do condutor de chegar ao destino final.

Mas, afinal, o que apresentam os números? Conforme Ferreira, foi possível observar uma curva em 2016, na qual ocorre uma elevação nas autuações no Rio Grande do Sul, mas a tendência é diminuir. “Em 2017 tivemos uma melhora e agora, em 2018, tivemos também. Mas para nós seria interessante que não houvesse infrações, mas infelizmente o condutor ainda excede velocidade, fala ao celular, esquece de colocar o cinto de segurança, que justamente é para a segurança dele. Para nós, o ideal seria que não existissem infrações. Esperamos que o número continue caindo até chegarmos a zero”, declarou.

De acordo com a diretora institucional do Detran/RS, Juliana Oliveira da Silva, o Departamento trabalha com diversos projetos e programas educacionais que são, na realidade, ações de Estado. “Temos a Viagem Segura, que é um programa muito grande já relacionado com todos os órgãos de trânsito e se trata de uma atuação constante na qual todos trabalham juntos, especificamente em feriados, em que trabalhamos a questão de conscientização do condutor previamente à viagem”, afirmou.

Juliana ainda enfatizou a importância das campanhas de propaganda veiculadas em televisão, jornais e rádios. Além disso, o trabalho realizado pela divisão de educação do Detran/RS também foi mencionado, lembrando que atualmente as equipes do departamento entram nas escolas para conscientizar os pequenos sobre a segurança no trânsito. “A educação começa lá na origem. Se o aluno, criança, tem a conscientização desde pequeno, por consequência, quando tiver 18 anos terá essa consciência”, assinala a diretora institucional.

Cai número de motoristas sob efeito de álcool

Houve uma redução no percentual de motoristas sob efeito de álcool pegos na Balada Segura. Quando o programa iniciou no Estado, em 2011, o percentual de motoristas flagrados sob o efeito de álcool ou que se recusavam a fazer o teste do etilômetro, o famoso “bafômetro”, era de 12,2% sobre o total de abordados. Até outubro de 2018, o percentual passou para 6,6%.

O balanço parcial foi realizado pelo Detran/RS e aponta uma mudança consistente de comportamento com relação a bebida e direção. A variação é de 45,6% a menos no período. Depois de um breve crescimento 2014 e 2015, quando a Balada Segura estava se expandindo pelo interior do Estado, a queda nesse percentual de autuados por dirigir sob o efeito de álcool (incluindo recusa ao etilômetro) tem sido sistemática.

De 9,2% em 2015, para 8,4% em 2016 e 7,4% em 2017. “A redução média de 10,4% nos últimos três anos mostra uma mudança de comportamento a longo prazo resultante da consistência do programa de fiscalização”, explica a diretora institucional do Detran/RS, Juliana Oliveira da Silva.

A redução percentual, apesar de apontar para uma mudança de comportamento com relação a bebida e direção no Rio Grande do Sul, não significa números menores de motoristas autuados por beber e dirigir, já que as abordagens também crescem. Comparando dados de janeiro a outubro, o crescimento médio das autuações por embriaguez foi de 19,6% nos últimos sete anos do programa, passando de 3.111 autuações, em 28.011 abordagens, no ano de 2012, para 7.815 autuações, em 118.031 abordagens, no ano passado.

Padrão se reflete nas rodovias federais

Nas rodovias federais o número de infrações caiu 13% de 2017 para 2018. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), no ano passado foram aplicadas 321 mil multas, enquanto o número, em 2017, chegou a 370 mil. Apesar de o total de infrações apresentar redução, ocorrências de embriaguez ao volante aumentaram, passando de 3.894 em 2017 para 4.122 em 2018.

O aumento também ocorreu para condutores sem cinto de segurança (14.055 em 2018 e 11.975 em 2017), além das ultrapassagens, que foram 19.669 em 2018, contra 9.122 em 2017. Neste tipo de ocorrência, o aumento foi significativo, sendo que o número de casos foi mais do que o dobro de um ano para o outro. Da mesma forma como aconteceu nas infrações, o total de óbitos em acidentes registrou queda. Em 2018 foram 314 mortos e 4.776 feridos, em 4.451 acidentes. Enquanto em 2017 os acidentes chegaram a 6.378, com 5.567 feridos e 390 mortos.

Dentro das ações, a PRF manterá o rigor na fiscalização na temporada de verão 2019. Entre dezembro e a primeira quinzena de janeiro, foram mais de 50 mil infrações identificadas. A PRF reforçou o policiamento nos trechos de maior movimento neste período. O foco da fiscalização está em pontos considerados críticos para acidentes graves e no controle das condutas que podem gerar maiores riscos à segurança no trânsito.

Do início de dezembro até 15 de janeiro, foram mais de 55 mil autos de infração. A mais observada foi o excesso de velocidade, atingindo quase 30 mil multas. Outra irregularidade bastante observada foi a ultrapassagem em local proibido. Nesse caso, foram mais de 3 mil multas. Essa conduta é a principal causa de acidentes graves em rodovias federais de pistas simples (muito frequente no interior do Estado).

Dirigir sob efeito de álcool tem sido foco permanente de fiscalização e, nesses últimos 45 dias, foram autuados 825 condutores. Tal comportamento, de acordo com a PRF, costuma estar associado a acidentes gravíssimos e expõe todos os usuários das rodovias a risco. Durante a 5ª edição da Operação Rodovida, a PRF manterá o rigor na fiscalização nas rodovias federais gaúchas, especialmente nos trechos mais utilizados para o deslocamento ao litoral.

A ação é simultânea em todos os estados brasileiros, voltada para a prevenção e redução de acidentes de trânsito nas rodovias federais durante os feriados de fim de ano, férias escolares e Carnaval, que são períodos característicos pelo aumento do fluxo de veículos e de passageiros nas estradas brasileiras.

Na capital, menos multas e menos mortes

Em Porto Alegre os números também caíram. Em 2018, conforme dados da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) até novembro, o total de infrações chegou a 527.014, 9,86% menor que em 2017, quando o número foi de 584.675. O maior número (356 mil) foi aplicado por agentes da EPTC, o que representa 67,53% do total, enquanto 171 mil, ou 32,47%, foram registrados por meios eletrônicos.

Assim como apontado pelo levantamento do Detran/RS, que engloba ocorrências de todo o Estado, na Capital a tendência também indica o excesso de velocidade como infração recordista. Essa irregularidade representa 45,78% do total, seguida por estacionar em local/horário proibido (16,08%), ultrapassar sinal vermelho (9,73%), não utilizar pisca para mudança de direção (7,21%) e condutor sem cinto de segurança (5,8%).

Quanto à pressa dos condutores, é possível observar que a presença de controladores fixos e redutores de velocidade acabam por inibir os excessos. Com relação ao fluxo de veículos que passou por estes equipamentos em 2018, do total de 447.337.410, apenas 94.910 (o que representa 0,02% do total) trafegavam acima da velocidade permitida. O restante conduzia o veículo abaixo do limite de velocidade.

Uma irregularidade bastante observada é a ultrapassagem em local proibido. É a principal causa de acidentes graves em rodovias federais de pistas simples  Foto: Alina Souza
Uma irregularidade bastante observada é a ultrapassagem em local proibido. É a principal causa de

acidentes graves em rodovias federais de pistas simples 

O número de vítimas fatais em acidentes ocorridos em 2018 em Porto Alegre foi o menor dos últimos 21 anos. Foram 74 mortes. Esta é a terceira vez, em 21 anos, em que se registra menos de 100 vítimas fatais (92 em 2016, 90 em 2017 e 74 em 2018). Em 1998, quando a EPTC começou a gerir o trânsito da capital gaúcha, 199 pessoas perderam a vida em razão de acidentes de trânsito.

Com este dado, que representa menos 17% em relação a 2017 (90 mortes), foi antecipada em dois anos a redução da projeção de 50% do número de mortes estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ação no Trânsito (2010/2020). Por meio da iniciativa, governos de todo o mundo se comprometeram a tomar novas medidas para prevenir os acidentes no trânsito, que matam cerca de 1,25 milhão de pessoas por ano. Para Porto Alegre, a meta era registrar no máximo 76 mortes para 2020.

Na comparação do ano passado com 2017, houve uma redução de 6% em acidentes (de 12.657 para 11.866), menos 9% em número de feridos (5.438 a 4.895) e menos 17% em mortes (90 a 74). Reduziu ainda em 36% o total de mortes por atropelamentos (de 44 para 28) e em 31% as mortes envolvendo motociclistas (de 35 para 24). Os dados são da Coordenação de Informações de Trânsito (CIT) da EPTC, que fechou o balanço anual em de 3 de janeiro.

Em Porto Alegre, o número de infrações também apresentou redução, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) Foto: Guilherme Testa

Em Porto Alegre, o número de infrações também apresentou redução, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC)

De acordo com o gerente de Fiscalização de Trânsito da EPTC, Paulo Ramires, a redução entre o número de infrações registrada de um ano para outro foi importante e, se isto se repetir nos anos seguintes, será possível sugerir uma tendência, o que é ainda mais significante. “Precisamos registrar que é para isto que a gente trabalha. Nosso trabalho, na EPTC, tanto na fiscalização quanto na educação e também na engenharia, é justamente buscar o resultado que estamos verificando”, ressaltou. Segundo ele, a redução na acidentalidade e a diminuição no número de mortes pode indicar um aumento do bom comportamento por parte dos condutores.

“Está tudo alinhado com a redução no número de infrações, que também é um resultado positivo pra gente e que indica, sim, que os condutores estão respeitando mais o Código de Trânsito”, afirmou. De acordo com Ramires, a atualização nos valores das multas no final de 2016 também foi um fator que pode ter influenciado para a mudança no comportamento. “Sabemos que isto influencia, mas a gente gostaria que os motoristas estivessem mais conscientes”, disse.

Sobre o aumento no número de infrações por conta de não haver indicação, por parte do condutor, de mudança de direção, Ramires assinalou que o uso do pisca é de extrema importância. “A regra de ligar o pisca é essencial, as pessoas pensam que é só para que o carro que vem atrás veja o que está sendo feito, mas também envolve a vulnerabilidade dos motociclistas, para mudança abrupta de faixa, e também os pedestres, que iniciam uma travessia e depois são surpreendidos por veículos que não indicaram a conversão”, explicou.

Quanto à variação de um ano para o outro, Ramires pontuou que não é possível analisar profundamente a tendência na comparação entre 24 meses, mas sim que é necessário observar uma amostragem em período maior, para que seja possível entender o comportamento. “Precisaríamos analisar um período maior”, declarou.

Fonte: Correio do Povo

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