Presidente da UAME, Zé da Cruz, fala sobre lideranças comunitárias, papel do legislativo e sua possível filiação ao PT

Durante participação no programa Estúdio Boa Vista, da Rádio Cultura, nesta sexta-feira (20), o presidente da União de Associações de Moradores de Erechim (UAME), José da Cruz, destacou os desafios do voluntariado no país, em especial Erechim e a necessidade de maior valorização das lideranças comunitárias.

Zé da Cruz afirmou que ser líder comunitário atualmente não é tarefa fácil, já que muitos acreditam, equivocadamente, que o cargo é remunerado. “Muitas vezes, o voluntário precisa tirar dinheiro do próprio bolso para representar seu bairro”, explicou. Segundo ele, essa dificuldade tem afastado lideranças do trabalho comunitário.

Para reverter esse cenário, a UAME planeja promover cursos de formação de lideranças. “Queremos que as pessoas entendam melhor o que são políticas públicas e se envolvam mais nas comunidades”, afirmou.

Crítica ao Legislativo: “Câmara está muito ‘elitizada'”

O presidente da UAME também fez uma crítica ao distanciamento entre o Poder Legislativo e a população. “Com exceções, a maioria dos vereadores não tem uma ligação forte com os bairros. A Câmara está muito ‘elitizada’, não participa mais da vida comunitária”, disse.

Segundo ele, há vereadores que desconhecem até mesmo os nomes e limites dos bairros que representam. “As associações precisam se organizar realizando audiências públicas com as presenças do Executivo, Legislativo, Ministério Público e Judiciário, mas também é essencial que os vereadores e secretarias municipais se aproximem mais, participem de reuniões nas comunidades e entendam as demandas locais”, defendeu.

Filiação ao PT em análise

Sobre sua possível mudança para o Partido dos Trabalhadores (PT), Zé da Cruz confirmou que o convite está sendo avaliado. Atualmente filiado ao União Brasil (agora União Progressista), ele mantém bom relacionamento com a legenda, mas ressaltou que o PT valoriza seu trabalho à frente dos movimentos sociais.

“O PT reconhece a importância da estrutura que lidero, que é apartidária, pois movimentos sociais devem ser independentes”, explicou. As conversas com dirigentes petistas estão avançadas, e a decisão deve ser anunciada em breve. “Estou analisando com carinho e respeito, pois vejo uma oportunidade de ampliar a atuação em políticas públicas na cidade”, concluiu.

Por: Edson Machado da Silva

 

 

 

 

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