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Segue com força o comércio da fé em Marcelino Ramos

“Desde que me conheço por gente”, como diz o ditado, participo das romarias de Nossa Senhora da Salete em Marcelino Ramos. Tradição e ensinamento que carrego dos meus familiares, devotos de Salete. Nasci no dia da romaria e por este motivo, a simbologia deste ato de fé tem uma representatividade ainda maior. Mas, não consigo esconder o quanto me entristece perceber o rumo que esta celebração religiosa está tomando. Nesta última romaria em específico, os comentários foram desoladores, romeiros dos mais diversos lugares que participavam, mesmo com as condições climáticas desfavoráveis em razão do excesso de chuva, superavam as dificuldades e viajavam centenas de quilômetros para participar do evento, desistiram da romaria de Salete. O motivo é simples, o comércio da fé invadiu as ruas e avenidas centrais do município. É preciso ficar atento para não tropeçar nas pessoas comprando e vendendo de forma desenfreada.

Os vendedores não dão trégua

Os vendedores não dão trégua nem mesmo enquanto as celebrações estão acontecendo. Em pleno momento de oração, o som do funk, samba e outros ritmos se confundem com os cantos. Sem contar os gritos “Olha a santa”, “Bolha de sabão para as crianças”, “Capa de sofá”, “Batida de abacaxi, morango e kreps fresquinho”, estas são apenas algumas das frases que volta e meia ecoam entre a pro cissão. Sem contar a ‘exposição’ de pedintes ao longo do trajeto que leva ao santuário, venda de bebida de álcool e pessoas ofertando fitas e velas. Na minha humilde opinião, um desrespeito à celebração, às pessoas que lá vão dar graças e pedir bênçãos. É ‘feio’ perceber uma multidão reunida vendendo como torcedores nas arquibancadas de um estádio qualquer.

É preciso repensar a Romaria de Salete

Concordo que todos precisam trabalhar, garantir o sustento, mas tudo tem sua hora e lugar. Comprar e vender durante celebrações religiosas corrompe o sentido maior do evento, que é sagrado para muitos. Penso que o Santuário Nossa Senhora de Salete e municipalidade devem repensar e projetar diferente a 83ª Romaria, que perpassa desde a comercialização, até o valor elevado para o uso dos banheiros em melhores condições.

Por Carla Emanuele/JBV Online

 

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