Quando a parceria entre população e Poder Público tem tudo para dar certo

Se existe uma coisa que nos deixa mais que indignados quando caminhamos pelas calçadas de nossa cidade, seja qual for, é quando nos deparamos com aquele papel jogado no chão, aquela sacola de supermercado voando para todos os lados, aquela quantidade de fezes de cachorros e, o que mais irrita, são as sobras de comida que ficam espalhadas em calçadas ou jardins de praças ou largos. Uma visão que agride, como um fato que repugna em alguns casos.

Não quero aqui colocar que parte da população não tem o hábito de colocar o lixo em seu devido lugar, como também não quero julgar aqueles que acham que “alguém vai limpar” e, desta forma, “posso sujar”, é só um papel de bala ou um chiclete que vai acabar no solado do calçado de alguém e ninguém vai perceber.

Focando neste tema, e lembrando a minha recente viagem a Torres, falo de uma realidade que não tinha visto ainda, pelo menos eu. Falo de uma parceria que se estabeleceu entre moradores de condomínios próximos a praia e a praças públicas, com a administração daquele município que coloca a iniciativa numa grande ação comunitária.

E veja bem, Torres possui muita área de lazer entre os prédios e um expressivo número de canteiros, sem contar a região próxima ao lago ou dos molhes onde o verde e a limpeza dão inveja a qualquer um que por lá passe.

Como funciona? De forma simples, pois nesta parceria entre população e Poder Públicos os condomínios próximos as áreas verdes simplesmente adotam os locais, não na teoria apenas, mas na prática, pois vemos nos finais de semana pessoas, que não são ligados à prefeitura, cortando grama, limpando os bancos, podando as árvores e varrendo as calçadas.

Fezes de cachorro, nem pensar, todos que levam seus animais recolhem. Butucas de cigarro, esta não se acha no chão, pois há local específico para a sua destinação, tudo feito pelos moradores. Na praça, placas destacando a parceria entre ambas as partes, ou seja, moradores colaborando, não somente com o Poder Público, mas sim com sua cidade, cooperando-se uns entre os outros para que se possa ter um ambiente limpo e saudável para suas famílias, especialmente para cativar o turista que vem uma vez, gosta do que viu e volta novamente. Assim funciona a roda da economia e a indústria do turismo.

Como nós podemos fazer a diferença? Acho que da mesma forma, já que hoje possuímos uma outra visão sobre o meio ambiente e como conservá-lo da melhor forma possível. Podemos si, fazer a diferença e passar a adotar largos ou praças. Um trabalho de união entre todos que poderá trazer excelentes resultados.

O que fazer? Ora bolas, plantar flores, cortar a grama como forma de cuidar a natureza e ao mesmo tempo cuidar do corpo. Colocar locais para a colocação de butucas, que podem ser feitas com canos de PVC, dar manutenção aos bancos e colocar placas educativas para que todos façam a sua parte. Quando sair com o cachorro levar uma sacola a mais para recolher o lixo que está no chão. Uma ação que faz uma grande diferença se cada um fizer apenas um pouco. Juntos o resultado é bem maior.

O que se ganha com isso? Tudo, cidade limpa, rua limpa, cidadão mais consciente, mais educado e ciente de seus deveres quanto a preservação de sua cidade. Uma educação que pode iniciar desde cedo e que, aos poucos, irá transformar uma cidade, e nós podemos fazer a nossa parte. Eu, particularmente, não somente como síndico de prédio, mas como dono de cachorro e cidadão, junto papéis, latas e plásticos do chão de minha rua em uma sacola e tudo vai na lixeira. Parece pouco, para alguns, sim, mas para mim é uma grande ação quando você vê sua rua limpa.

Se Torres e outras cidades do Estado e do Brasil colocam esta ação em prática, Erechim também poderia dar a sua contribuição através da população, pois quem não gosta de sentar em um local que esteja limpo, com a grama cortada, com as flores e árvores preservadas. É impossível? Não, basta apenas cada um fazer a sua parte dentro deste processo. São ações que, com um mínimo de esforço, trazem resultados estrondosos, e nós que estamos comemorando 100 anos de emancipação política administrativa não poderíamos dar um presente melhor para nossa cidade.

 

Carlos Alberto da Silveira – Jornalista e formando em História

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