Ninguém viu; ninguém sabe e; tudo anda bem

Impressiona a “esperteza” dos agentes políticos em nosso país. Quando se trata de corrupção e conchavos praticados por eles, nenhum sabia, nenhum viu, nenhum participou. Quando questionados em entrevistas, se apresentam com desfaçatez, como se nada seria com eles e que tudo vai muito bem em nosso Brasil. Ainda, segundo eles, se algo está errado a culpa é da imprensa, do judiciário ou de alguém que não teria moral para delatar, isto é, não merece credibilidade.

O senhor Lula da Silva, ainda, nestes dias disse ser “inocente” e que o Juiz Sergio Moro e os Desembargadores que o julgaram em Porto Alegre deveriam ser demitidos a bem do serviço público. Isto é algo demasiadamente abusivo, desrespeitoso, inconsequente e irresponsável, atacar desta forma pessoas que são o Estado presente, pelo que representam. Poderia não concordar com as decisões, jamais atacá-los. Este é o verdadeiro desrespeito às sólidas e consistentes instituições que garantem a nossa democracia.

A ex-presidente da república Senhora Dilma Rousseff que, politicamente foi julgada e retirada do importante e relevante cargo, sempre afirmou que tudo ia muito bem e que nada sabia sobre desmandos e corrupções. Retiro duas conclusões; (a) sabia das corrupções e fazia não as enxergar, o que é mais provável ou; (b) se verdadeiramente nada sabia, o que eu particularmente não acredito, então não tinha mesmo condições de ser presidente, tamanha ingenuidade.

O governo Temer esteve e está rodeado de futuros presos. Geddel Vieira e Rocha Loures estão fechados; outros que o assessoram estão sendo investigados, tanto que a sua aprovação não passa dos 6%. É um tropeço seguido do outro. Agora pedem a quebra do seu sigilo bancário e, o mesmo Presidente Michel Temer ao invés da falar dentro dos processos prefere mandar uma carta, dita como confidencial, à Procuradora Geral da República Dra. Raquel Dodge. Como se isto fosse o correto e legal. Está “furando a fila”. Se não é ilegal, ao menos, imoral. Seria o mesmo que eu mandar uma carta para um membro do Ministério Público. Eles pensam que podem tudo. Não é assim. Também, nomeia a Deputada Federal Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho que, sequer, conseguiu assumir, por conta de seu mau passado e, ainda assim contava e continua contando com o aval do Palácio do Planalto. O Diretor Geral da Polícia Federal Fernando Segóvia, agora ex-diretor, foi outro “ponto fora da curva”. Deve estar mal assessorado o Presidente Temer. Mesmo assim temos parlamentares gaúchos que, ferrenhamente, defendem esse governo, como é o caso do parlamentar Sr. Perondi. Conseguem justificar o injustificável. Este governo se arrastará até final do ano quando e, nós brasileiros deveremos escolher o melhor que se apresentará. Eu espero acertar na escolha.

Quando se trata de deputados federais e ou senadores da república, envolvidos em corrupção e conchavos, também não é nada diferente; não sabem; não participaram e, tudo anda bem. Temos deputados federais presos; senadores que foram afastados; e uma enormidade de investigações em andamento, porém, segundo eles, são inocentes, nada devem. É sempre assim, mas a situação para eles está mudando. Para pior.

Não podemos nos distanciar do nosso sistema político, pois para continuar a termos uma democracia boa, deveremos cada vez mais procurar eleger os melhores ou, os menos piores. Por mim, deveríamos trocar todos que lá estão, assim a possibilidade de erro na escolha será menor.

A nível estadual a imprensa noticiou que o ex-deputado, Senhor Diógenes Basegio estaria bem próximo de efetuar delação premiada sobre possíveis irregularidades de seus pares. Imediatamente, recebeu por parte do presidente do parlamento gaúcho, Deputado Marlon Santos, críticas e que foram acompanhadas pelos parlamentares Gabriel Souza e Juliano Roso. Deveriam esses nossos representantes, ao invés de criticá-lo, aguardar, com serenidade e sem preocupações, eventuais, indicações de irregularidades. Não, preferiram criticar, como ocorre no congresso nacional. Esses parlamentares gaúchos perderam uma grande oportunidade de ficarem calados ou, então, de se manifestarem dizendo que seria ótimo a investigação de qualquer denúncia que pudesse recair sobre algum parlamentar. Esta é mais outra razão de renovarmos os eleitos o mais que pudermos nas próximas eleições.

Não tenho preocupação com cores partidárias. Minha cor é a lei e o bom funcionamento das instituições, razão disto não distingo pessoas pelo que foram, isto é, se participaram do prato da corrupção, devem pagar. Pode ser Maluf; Odebrecht; Bumlai; Aécio; Gedel, Cunha; Lula; Cabral e tantos outros. A sociedade não quer saber de partido, quer sim é ver punidos os ladrões do nosso dinheiro. Filosofar quanto a partidos de esquerda; de direita ou; de centro, neste momento é falácia. A sociedade quer ética, honestidade e transparência daqueles que nos representam.

Na verdade, a classe política sempre teve o costume de atribuir os insucessos, aos outros, nunca a eles próprios. Já, eu entendo que geralmente e quase sempre, nas questões públicas, quando a situação não anda bem, o grande responsável é o agente político. Quando discursam que a máquina pública está inchada e ineficiente e procuram atribuir culpa aos funcionários públicos, estão enganados. Se existe demais funcionários é pelo fato de algum agente político tê-los nomeados, ninguém funcionário público entra por conta própria. Se a máquina pública está emperrada é pelo fato de os agentes políticos serem incapazes de administrar e, ainda, pelo fato de colocar pessoas de confiança, especialmente secretários e ministros que pouco ou nada entendem daquele segmento. Seguidamente, deputados estaduais e federais são alçados aos postos de Secretários e de Ministros de Estado, mas que não conhecem absolutamente nada daquela pasta. Nos municípios ocorrem os mesmos erros administrativos. Estes surrados e equivocados procedimentos dos agentes políticos é que tem levado a ineficiência da administração pública. Enfim, se alguém é incompetente é o agente político. Os incompetentes, geralmente, costumam atribuir os seus insucessos, aos outros. As eleições serão em outubro.

 

Por Valdecir Moschetta

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