Está na hora de Erechim – a partir de lideranças políticas e de classe, empregados e empregadores – compreender melhor a realidade do século XXI. O mundo é de relações, marcas e empresas globais, dominado pelo ‘livre mercado’. Quem pode mais, chora menos.
Na Capital da Amizade, somos reativos; quando a pró-atividade deveria ser o caminho. É o que acontece com a discussão do horário do comércio. Enquanto Chapecó, desde 1993, Passo Fundo, 2000, e Concórdia, em 2017, flexibilizaram a legislação pertinente, aqui seguramos nossas amarras encastelados numa terra que está longe de viver de leite e mel. Prezamos a cultura do coitadismo; coitados de nós.
Ao passo, pois, que o comércio em horários ‘livres’ é caminho sem volta, vale observar que esta é apenas a ponta de um iceberg que segue derretendo diante de nossos olhos – e não por abrirmos mais cedo ou fecharmos as portas das lojas mais tarde, em domingos ou feriados. Há décadas clientes se acostumaram a serem tratados de maneira insatisfatória, com gerentes e atendentes, por vezes, despreparados. Tampouco estamos atentos ao novo perfil de consumidor digital. A conta está vindo (via online) – e cada vez mais rápido. Encontrar soluções para nossas vulnerabilidades na gestão (conservadora), atendimento (precário) e capacitação para o e-commerce, contrabalançando preços, é caminho para a solução do sorumbático comércio local. Do contrário, a avalanche de empresas ‘estrangeiras’ (de SC e outros estados do país) serão as únicas, num futuro nem tão distante, a abrirem suas portas, independente do horário.
Passo Fundo estuda flexibilizar lei de 2000
Em Passo Fundo o horário de livre comércio é regulado por lei desde 5 de janeiro de 2000. O município, no entanto, estuda alterar a legislação devido ao anúncio da instalação da Havan na cidade. De acordo com a prefeitura, as negociações para a vinda dos catarinenses estariam condicionadas a possibilidade de abertura em domingos e feriados. A construção da loja da Havan em Passo Fundo deve gerar 150 vagas de trabalho diretas e 1.000 indiretas. Erechim, sem ‘bala na agulha’ e uma lei mais atualizada, flertou mas não levou.
Por Salus Loch