Três conferências marcam encerramento da Jornada de Estudos Empresariais da URI

Encerrada na noite de quarta-feira, 10, a Jornada de Estudos Empresariais da URI Erechim, promovida pelos Cursos de Administração, Ciências Contábeis, Arquitetura e Urbanismo e pelos cursos EAD. Três conferências deixaram claro mais uma vez que é preciso se reinventar para superar as dificuldades provocadas pelo COVID-19 que, além de provocar a perda de vida de milhares de pessoas no Brasil, vem
pondo fim a muitas organizações e, consequentemente, a milhares de postos de trabalho.

Mas esta realidade, que já dura mais de 90 dias, tem outras consequências, como o desequilíbrio emocional das pessoas. E esta foi a temática da primeira palestra da noite de quarta-feira, com o médico psiquiatra Nélio Tombini, de Porto Alegre, autor do livro “A arte de ser infeliz”. “Não estávamos preparados para ficar tanto tempo isolados, apenas com nossas famílias. Estas têm se tornado uma área de risco durante a pandemia.

As consequências, muitas vezes, têm sido trágicas, pois não não estamos preparados para lidar com a ansiedade”, revelou o médico. Disse que, naturalmente, mais falamos do que ouvimos e este momento requer ouvir mais e falar menos. “Os pais não são donos da palavra, portanto, devemos deixar os filhos questionarem, mesmo que não tenham razão. A mesma verdade vale para os professores que não precisam ter medo de serem questionados pelos alunos”, ponderou.

Fez questão de salientar que, em muitos casos, é preciso fazer uso de remédios para controlar a ansiedade, pois sozinhas as pessoas não conseguem achar uma saída. “Conversem com um psiquiatra sem medo. Se necessário, temos remédios ótimos para ajudar, especialmente nesse período”, informou. Disse, por outro lado, que conversar com pessoas legais e positivas, mesmo à distância, assim como fazer contatos, ler e se acalmar, podem ser excelentes alternativas também. “Temos que ter consciência que somos, em última análise, analfabetos emocionais, por isso precisamos investir mais nesse aspecto. Afinal, precisamos aprender a encantar e seduzir. Esse é o nosso papel como seres humanos”, disse ao apontar alternativas para uma boa carreira profissional. “O emocional deve ser um diferencial, mas precisamos ter clareza que nem todos vão se dar bem na vida. Precisamos gostar de pessoas e do que fazemos. Quem se oferece (ir em busca de oportunidades) tem mais chances. Não esperem ser chamados e nunca se sintam vítimas de alguém ou do mundo”, finalizou.

A segunda videoconferência da noite foi com o empresário Gui Massena, de 26 anos, da empresa Dobra, de Montenegro, que vem revolucionando o mercado com suas carteiras de papel reciclável. Mostrou o que foi feito para que, em apenas quatro anos, se transformasse numa das organizações mais reconhecidas do país, entrando agora na produção de tênis e até cachepô. “Temos uma visão de capitalismo consciente, pois o nosso objetivo é pensar numa nova era mais humana e social”, frisou. “Prestamos atenção em tudo o que nos cerca e já atingimos, nesse curto espaço de tempo, 250 mil pessoas que entenderam o nosso objetivo. Sabemos que empresas mais humanizada rendem até duas vezes mais do que as tradicionais”, afirmou, revelando que a organização trabalha sem estoque e atua apenas com vendas pela internet.

Nesse período de pandemia tem oferecido cursos gratuitos à população. “Já atingimos mais de um milhão de pessoas e 20 mil alunos permanentes e encontramos, durante a pandemia, uma alternativa para outras pessoas terem o seu rendimento através do “mapa das máscaras”, um aplicativo que tem ajudado cerca de 5 mil costureiros. “Temos como lema fazer mais do que falar e tem dado certo”, finalizou. O ciclo de videoconferências da Jornada foi encerrado pela psicóloga erechinense Aline Dotta, que tem dado consultoria para dezenas de clientes em todo país. Revelou que o desafio atual é superar obstáculos através do controle das emoções.

“A inteligência emocional nos dá ferramentas para encontrarmos a melhor ação no pior momento, que é a nossa realidade atual”, afirmou Aline. Salientou que a emoção nos ajuda a sobreviver, “pois ela serve de alerta também para não sermos intoxicados por informações negativas demais e até de pessoas com esse perfil”. Disse, por outro lado, que esse é o melhor momento para desenvolvermos a capacidade da empatia e mensuararmos as emoções como a raiva e a tristeza, que costumam se sobrepor à felicidade, por exemplo. “Sabemos que ninguém consegue estar 100% bem, mas devemos reconhecer as habilidades pessoais e a dos outros também. É a hora de de desenvolvermos competências para superar as dificuldades”, ratificou. Por fim, revelou algumas características que podem contribuir para sermos melhores de agora em diante. “Ser otimista abre oportunidades; ter hábitos automáticos para crescer; potencializar e buscar forças internas através do autoconhecimento; doar sem esperar retribuição, mesmo que seja o seu tempo; criar desafios para crescer; neutralizar as influências tóxicas, mesmo que seja de pessoas; e decidir com mais qualidade”.

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