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Sob avanço da Delta, param de cair hospitalizações por covid-19 em leitos clínicos e de UTI no RS

Internações hospitalares entraram em patamar de estabilidade nos últimos dias, com oscilações para cima, e geram alerta

Após semanas consecutivas de recuo no número de pessoas internadas com coronavírus em leitos clínicos e de terapia intensiva (UTI) no Rio Grande do Sul, nos últimos dias a tendência de queda deu lugar a um cenário de estabilidade com pequenas elevações.

A quantidade de doentes com covid-19 em setores de enfermaria subiu 3,7% em uma semana no Estado, e o universo de pacientes em UTIs registrou dois dias consecutivos de aumento até o meio da tarde desta segunda-feira (9) – o que ainda não havia ocorrido, pelo menos, desde o início do mês de julho.

A notícia mais favorável é que a taxa de novas hospitalizações por coronavírus, indicador que sustentou a emissão de avisos a 17 regiões gaúchas na semana passada pelo Sistema 3As, caiu 33% ao longo da semana e pode aliviar a pressão sobre a rede de atendimento nos próximos dias.

– Temos uma estabilização na ocupação há quase uma semana. Ainda é cedo para falarmos em reversão (da tendência anterior de recuo), mas temos de pensar nessa possibilidade – avalia a professora de Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Suzi Camey, integrante do Comitê de Dados ligado ao Palácio Piratini que monitora a pandemia.

Na quarta-feira (4), o governo estadual emitiu avisos de risco a 17 regiões gaúchas em razão de uma alta na taxa de novas internações semanais por covid. Esse índice saltou de 7,3 para 14,7 por 100 mil habitantes entre o final de julho e o começo de agosto – o que representa uma variação de cerca de 800 novos pacientes acumulados ao longo de sete dias para cerca de 1,6 mil. 

Até a semana passada, essa mudança ainda não havia gerado impacto significativo no total de doentes com covid-19 em atendimento nos hospitais (cifra que pode ser alterada também pelo número de altas e óbitos registrado no mesmo período). Mas, desde então, o panorama apresenta sinais preliminares de agravamento.

A quantidade de pessoas em setores de enfermaria caiu de 1.730 no começo de julho para 641 na sexta-feira passada (6), mas desde então voltou a subir e chegou a 666 até as 15h desta segunda. Nas UTIs, após mais de duas semanas de recuo constante até o sábado (7), o universo de doentes críticos voltou a crescer, de 668 para 681. Em termos estatísticos, em razão das oscilações moderadas e do período de tempo ainda curto para análise, o cenário é classificado como “estabilidade” por especialistas. 

– Parece que estamos vendo uma interrupção na tendência anterior de queda (no número de hospitalizados). Sempre que para de cair, é um mau sinal e deve-se acender um alerta – observa o epidemiologista e professor da UFRGS Paulo Petry.

Petry lembra que uma das possíveis explicações para o quadro atual é o avanço da variante Delta, altamente transmissível, que já circula de forma comunitária no Rio Grande do Sul. Recentemente, foi apontada como responsável por um surto registrado no Hospital Conceição, em Porto Alegre. 

A sinalização mais favorável para os próximos dias vem da análise da taxa de novas hospitalizações, que justificou a divulgação dos avisos por parte do governo estadual na semana passada. Em uma semana, o índice caiu um terço e ficou em 9,8 no domingo (8) — cifra mais recente divulgada até o momento pelo Comitê de Dados. Quanto mais baixo esse número, mais aumenta a chance de queda na quantidade de pacientes sob atendimento hospitalar, já que há menos pessoas ingressando na rede.

Fonte: GZH

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