O Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI-RS) cresceu 3 pontos em setembro passando para 52,0 pontos e superando a marca de 50 pela primeira vez desde abril deste ano. O resultado, apresentado nesta quarta-feira (25) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), demostra que a indústria voltou a ter confiança. “A volta da confiança dos empresários gaúchos foi influenciada pela recuperação rápida e surpreendente da atividade industrial no RS após as enchentes de maio e pelo aquecimento da economia. Porém, a confiança ainda é muito baixa. Além dos efeitos perenes da calamidade climática, agravados pela demora na chegada dos recursos e pela insuficiência das medidas tomadas, ainda há pessimismo com relação ao futuro da economia brasileira devido à continuidade das incertezas decorrentes das questões fiscais do país e à perspectiva de aumento das taxas de juros”, destaca o presidente da FIERGS, Claudio Bier.
Esta foi a segunda alta seguida, terceira nos últimos quatro meses, o que coloca a confiança do setor industrial gaúcho no maior patamar desde outubro de 2022. Porém, o valor ainda está próximo da marca divisória e abaixo da média histórica (53,6 pontos) o que denota um nível de confiança baixo. O índice varia de zero a 100, sendo 50 pontos a linha divisória entre a falta e a presença de confiança.
Em setembro, todos os componentes cresceram pelo segundo mês consecutivo, mas apenas os relacionados às empresas estão nas respectivas faixas positivas, enquanto os que medem a economia permanecem nas negativas.O Índice de Condições Atuais subiu de 43,9 pontos em agosto para 47,9 em setembro, mostrando, abaixo de 50 pontos, que os empresários gaúchos ainda percebem piora nas condições dos negócios. Porém, é a terceira alta seguida (+7,3 pontos) e o maior patamar desde dezembro de 2022, indicando que a percepção negativa vem diminuindo. O Índice de Condições da Economia Brasileira cresceu 3,4 pontos em setembro ante agosto (+7,2 nos últimos dois meses), atingindo 43,2. A proporção de empresários que constatam deterioração no cenário econômico doméstico diminuiu de 41,4% para 34,0% no período (eram 53,1% em julho), mas ainda supera a parcela que vê melhora, 9,6% em setembro. O Índice de Condições da Economia gaúcha cresceu de 34,8 para 41,6 pontos no período, cada vez mais próximo do índice nacional.
Já as condições das empresas, pela primeira vez desde dezembro de 2022, pararam de piorar e estabilizaram. De fato, após três aumentos seguidos, o índice que as medem atingiu 50,2 pontos em setembro, praticamente sobre a linha divisória.
Seis meses – Para os próximos seis meses, os empresários gaúchos estão mais otimistas em setembro. O Índice de Expectativas cresceu, pelo segundo mês consecutivo, para 54,1 pontos, 2,5 a mais do que agosto. Porém, segue a discrepância entre os resultados dos subcomponentes. Enquanto o Índice de Expectativas das Empresas, que cresceu de 54,7 para 57,8 pontos no período, revela um aumento do otimismo com relação ao futuro das empresas, o Índice de Expectativas da Economia Brasileira, aos 46,6 pontos em setembro, apesar da alta de 1,3 ante agosto, ainda revela pessimismo. Entre agosto e setembro, a diferença entre os percentuais de pessimistas (de 27,0% para 26,3%) e otimistas (de 12,5% para 14,1%) com a economia brasileira recuou de 14,5 p.p. para 12,2 p.p.. As expectativas para a economia gaúcha são um pouco menos pessimistas, o índice foi de 48,3 pontos.
Claudio Bier destaca que os resultados são compatíveis com baixos níveis de atividade, com tendência de crescimento lento e irregular para o setor nos próximos meses. “Uma trajetória positiva mais consistente requer maiores níveis de confiança”, conclui.
A pesquisa consultou 156 empresas, sendo 37 pequenas, 52 médias e 67 grandes, entre 2 e 11 de setembro. Acompanhe o levantamento completo no Observatório da Indústria do Rio Grande do Sul em https://observatoriodaindustriars.org.br/
Por Unidade de Comunicação do Sistema FIERGS