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Réu Luciano Bonilha não responde perguntas do MP e interrogatório dura cerca de uma hora

Luciano Bonilha Leão apontado como produtor musical ou roadie da Banda Gurizada Fandangueira que tocava na Boate Kiss na noite do incêndio que matou 242 pessoas foi o primeiro a ser interrogado nesta quinta-feira, 09.

Ao responder as perguntas de Orlando Faccini Neto, Luciano contou sobre dificuldades vividas quando jovem. Começou a trabalhar com 12 anos, atuou como chapa e lavador de carros. Com a banda trabalhou em cerca de 14 shows. Destes, em pelo menos nove foram usados artefatos pirotécnicos. Para ele o rebaixamento do teto e revestimento de espuma não tornariam maior o risco para a utilização dos artefatos pirotécnicos.

Apontado como a pessoa responsável pela compra dos fogos, Luciano diz que desconhece a caixa dos artefatos pirotécnicos. Comprava de forma individual e os produtos vinham dentro de uma sacola.

Luciano assumiu que colocou a munhequeira com o artefato pirotécnico na mão de Marcelo dos Santos na fatídica noite do incêndio na Boate Kiss. Disse que foi ele quem acionou o produto. Ele mencionou dois problemas no extintor: “Estava sem lacre e parecia vazio”. O réu contou detalhes do momento em que o fogo iniciou. “Eram muitos gritos e eu disse para o Danilo que nós ia morrer se esperasse guardar a gaita. Ouvia as pessoas gritar abre a porta, abre a porta”, disse Luciano Bonilha.

Ao falar sobre os momentos em que tentava sair da boate Luciano se emocionou e chorou. “Pedia a Deus que me tirasse daquele lugar”. Ele confirmou que a boate estava cheia na noite do incêndio. Disse não saber a relação de Mauro Hoffmann com a boate Kiss.

Luciano voltou a repetir o que já havia dito ao vivo no microfone da Rádio Uirapuru. “Tenho a consciência tranquila que não foi meu ato que causou a morte desses jovens. Mesmo sabendo que sou inocente, se tirar a dor dos pais me condenem”, diz Bonilha.

Bonilha optou por não responder as perguntas do Ministério Público e das defesas de outros réus. “O Ministério Público deveria defender o povo”, disse Luciano ao explicar porque não iria responder as perguntas.

A defesa do interrogado fez poucas perguntas e o interrogatório foi encerrado por volta das 10h10min.

 

 

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