Região de Getúlio Vargas discute impactos da estiagem e possível decreto de emergência
Prefeitos e representantes do setor agropecuário avaliam cenário crítico e medidas para minimizar prejuízos
A estiagem severa que atinge Getúlio Vargas e municípios vizinhos foi pauta de uma reunião emergencial realizada na manhã desta quarta-feira (19) no gabinete do prefeito Pedro Paulo Prezzotto. O encontro, solicitado pelo Conselho de Desenvolvimento Agropecuário de Getúlio Vargas (CDAGRO), reuniu lideranças da região para avaliar os impactos da seca e debater medidas de enfrentamento à crise hídrica.
Além de Prezzotto, participaram os prefeitos de Estação, Geverson Zimmermann; Sertão, Homero Fochesatto; e Floriano Peixoto, Jair Antônio Ostrowski, acompanhados de secretários municipais da agricultura, de desenvolvimento econômico, de meio ambiente, de obras e da Fazenda. Também estavam presentes representantes de entidades como ACCIAS, CDL, Sindicato Rural, Sutraf, Secretaria de Agricultura do Estado, e os membros do CDAGRO. A condução da reunião ficou a cargo do presidente do conselho, o extensionista da Emater, Renato Mores, que destacou a gravidade do cenário atual.
IMPACTOS DA ESTIAGEM E PREJUÍZOS NO CAMPO
Os relatos dos participantes evidenciaram uma situação alarmante. A falta de chuvas e as temperaturas extremas têm causado perdas significativas na agricultura e na pecuária, impactando diretamente a economia local. Segundo avaliações preliminares, a quebra da safra de soja pode chegar a 50%, com estimativas de perdas ainda maiores caso o período seco persista. A produção leiteira também sofreu uma redução considerável, com rebanhos afetados pelo estresse térmico e escassez de pastagem.
“O estresse hídrico e térmico está prejudicando não apenas o desenvolvimento das lavouras, mas também a produtividade do gado leiteiro. O impacto financeiro será grande, refletindo em toda a cadeia produtiva e no comércio local”, afirmou Renato Mores.
Outro ponto destacado foi a dificuldade enfrentada pelos agricultores em manter seus compromissos financeiros. “Muitos produtores realizaram grandes investimentos nos últimos anos, adquirindo maquinário e expandindo suas lavouras. Agora, com a quebra da safra e os preços em queda, a preocupação é com a capacidade de pagamento desses financiamentos”, pontuou um dos participantes.
POSSIBILIDADE DE DECRETO DE EMERGÊNCIA
Diante desse cenário crítico, a possibilidade de decretar situação de emergência nos municípios afetados foi amplamente discutida. O decreto permitiria facilitar o acesso a recursos estaduais e federais, além de viabilizar prorrogações de dívidas para os produtores. No entanto, alguns prefeitos sugeriram aguardar mais alguns dias para consolidar os laudos técnicos e avaliar a real extensão dos danos. “Já estamos colhendo dados para fundamentar um possível decreto. A Emater está realizando os laudos, mas é importante que a decisão seja tomada em conjunto para que todos os municípios possam reivindicar apoio de forma unificada”, destacou o prefeito de Estação, Geverson Zimmernann.
A defesa civil estadual também foi mencionada durante o encontro, com sugestões de que um representante seja convidado para esclarecer dúvidas sobre os critérios de homologação dos decretos.
AÇÕES A CURTO E LONGO PRAZO
Além das medidas emergenciais, a reunião também abordou estratégias para minimizar os efeitos das estiagens futuras. A ampliação de programas de irrigação, incentivo à conservação do solo e melhorias na captação e armazenamento de água foram apontadas como alternativas viáveis para reduzir a vulnerabilidade da região a períodos prolongados de seca.
“Precisamos fazer o decreto. A decisão cabe aos prefeitos, e precisamos definir juntos o que será feito. Nossa região enfrenta uma crise grave, e a estiagem não vai acabar amanhã. O impacto será sentido não apenas no campo, mas em todo o comércio e na arrecadação dos municípios”, reforçou o prefeito de Getúlio Vargas.
A reunião foi encerrada com a definição de um novo encontro na próxima segunda-feira (24), quando será avaliada a evolução da situação e a decisão sobre o decreto de emergência. Até lá, os municípios seguirão coletando dados e monitorando as previsões climáticas para embasar as próximas ações.
A estiagem já compromete significativamente a economia agrícola da região, e as lideranças locais buscam, agora, articular medidas que possam amenizar os prejuízos e garantir apoio aos produtores rurais.
Por Ascom PMGV