Quebra na produtividade das lavouras de soja chegam a 30% na região do Alto Uruguai
A falta de chuvas na região do Alto Uruguai, agravada nos últimos 22 dias, com temperaturas altas, prejudicaram as lavouras e os mananciais hídricos. A produtividade, inicialmente estimada, não se confirmou nas lavouras de verão, de acordo com informativo conjuntural do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Erechim. Os rios e córregos também estão secando.
As lavouras de soja, com 238 mil hectares cultivados, estão com 30% em fase de enchimentos de grãos, 50% em maturação e 20% colhida. A estimativa de perdas, no momento, é de 30% da produtividade inicial esperada de 3.849 kg/ha (64,15 sacas por hectare), baixando para 2.700 kg/ha).
A situação se repete nas lavouras de milho grão, com área plantada de 44 mil hectares. A produtividade esperada de 9.274
A falta de chuva também prejudicou os hortigranjeiros.
Criações
A falta de chuvas afetou fortemente a qualidade das pastagens, que se encontram mais fibrosas e menos palatáveis aos animais, de acordo com levantamento da Emater/RS-Ascar. Percebe-se que o consumo voluntário de forragem vem diminuindo. As pastagens nativas tiveram crescimento praticamente nulo na semana passada. Em termos de variedades, para bovinos de leite, a tifton é a principal espécie utilizada. As variedades nativas são basicamente utilizadas para a bovinocultura de corte. As pastagens anuais, como sorgos e milheto, não se estabeleceram devido à baixa umidade do solo. Os produtores estão procurando compensar a baixa qualidade dos pastos suplementando com silagens e concentrados no cocho.
Bovinocultura de corte
Os rebanhos estão saudáveis, embora sem ganhos de peso significativos. O mercado está sendo o considerado fraco pelos produtores, com poucos negócios realizados na semana passada, ainda de acordo com informativo conjuntural da Emater/RS-Ascar. Com os preços estáveis, o novilho vem sendo negociado, em média, R$ 6,25/kg; boi gordo R$ 6,00/kg para animais europeus e vacas R$ 5,00/Kg.
Bovinocultura de leite
As altas temperaturas da semana reduziram o nível de bem-estar dos animais. Em sistemas pastoris, a ausência de água e sombra nos piquetes dificultam a dispersão do calor pelos animais, enquanto nos sistemas confinados, ventilações e borrifadores insuficientes tornam o ambiente interno dos galpões quentes e abafados. Rebanhos em boas condições sanitárias. A produtividade das facas está diminuída, com estimativas de 15% de redução na produção de leite. O preço do leite ficou em média, 1,35 R$/L.
Apicultura
A colheita está finalizada, com produtividade média de 20 kg/colmeia, segundo levantamento da Emater/RS-Ascar. O clima seco da semana facilitou a ação dos enxames para coleta de pólen e néctar. Sem registro de mortandade de abelhas. Enxames fortes e ativos. O produto está sendo comercializado entre R$ 9,00 (atacado) e R$ 20,00/kg (varejo), o pólen com embalagem de 130 gramas R$ 15,00; a própolis com embalagem de 100 ml R$ 15,00 e saches a R$ 50,00/kg
Frutícolas
Morango – Na região, são cultivados 8,2 hectares. No momento, estão sendo plantadas mudas espanholas com florescimento e formação inicial da fruta. Pouca precipitação de chuva melhora a sanidade dos frutos. Preço de R$ 12,00 a R$ 20,00/Kg
Laranja – A região conta com 3.100 hectares plantados. Os pomares sentem a deficiência hídrica pela falta de chuvas.
Bergamota – 379 há plantados na região. Variedade Satsuma Okisto em plena colheita com preço de R$ 30,00 a caixa. Variedades tardias em fase de desenvolvimento de frutas, possível queda na produção pela estiagem ocorrida.
Figo – Na região existem 25 hectares cultivados com figo, sendo Jacutinga o município que possui área de plantio e produção é Jacutinga. A produtividade do ano é de 15 t/há. Até o momento 86% do figo da região está colhido. O preço de venda é de R$ 5,00/kg. Falta fruta para abastecer as agroindústrias da região.