Promissora vacina contra o câncer é esperança de novas opções para tratamento da doença
Imunizante desenvolvido por pesquisadores ligados à Universidade de Oxford, no Reino Unido, está sendo estudado em pacientes com tumores de próstata, pulmão e ovário
Pacientes que sofrem de câncer devem ter nos próximos anos novas opções de tratamento que aumentam sua sobrevida. Uma delas é a promissora vacina OVM-200, que está sendo desenvolvida pela empresa Oxford Vacmedix, ligada à Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Recentemente, os testes nos primeiros 35 pacientes oncológicos começaram. Eles vão receber três doses do imunizante, com duas semanas de intervalo, e serão monitorados durante um semestre.
Ao contrário do que indica o senso comum, a vacina, caso seja aprovada, não será usada como forma de prevenção, mas sim como mais uma alternativa para tratar tumores em estágio avançado. Durante o estudo clínico, os alvos serão tumores de próstata, pulmão e ovário.
Em tese, a OVM-200 tem um perfil parecido com o da imunoterapia, tratamento já usado em pacientes oncológicos e que tem como objetivo estimular o sistema imunológico a atacar as células cancerígenas, conforme explica Fernando de Moura, oncologista da Beneficência Portuguesa, de São Paulo.
No caso em questão, o diferencial é que a vacina está sendo desenvolvida para atacar a survivina, uma proteína específica que costuma estar presente em células tumorais.
Ainda que a proposta seja promissora, o oncologista destaca que a vacina, se aprovada para uso, não terá como objetivo abrir as portas para a cura do câncer. A finalidade, nesse caso, seria aumentar a sobrevida do paciente, isto é, prolongar o tempo que a pessoa pode viver com a doença.
“Os pacientes incluídos neste estudo estão com a doença avançada, já utilizaram os tratamentos que hoje são padrão, então estamos falando de pacientes muito graves. Para esse perfil, é muito difícil utilizar a palavra cura”, ressalta o médico.
Além disso, o oncologista Lin I Ter destaca que a OVM-200 está na primeira fase de estudos clínicos, o que significa um longo percurso para que ela seja aprovada e, posteriormente, possa fazer parte do grupo de tratamentos oncológicos.
“Para ser incorporada à prática clínica, é necessário ser testada e comparada com os tratamentos já existentes e mostrar que é mais eficaz, ou com a mesma eficácia, mas com menor toxicidade. É um tratamento que pode vir a ser promissor, mas ainda há um caminho pela frente”, afirma.