Professor da FAE é um dos organizadores de obra premiada pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil

Divulgar as pesquisas da área da Literatura infantil e juvenil que, de alguma maneira, se aproximam da ideia de emancipação, tão necessária e cara aos estudos literários. Este foi o principal intuito da obra “Literatura de recepção infantil e juvenil: modos de emancipar”, organizada por Fabiano Tadeu Grazioli e Rosemar Eurico Coenga. A obra, que conta com 15 capítulos, recebeu no último dia 24 de maio o Prêmio de melhor obra teórica da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Reconhecida como uma das instituições mais importantes na área da Literatura para crianças e jovens no país, a FNLIJ já havia concedido ao livro o Selo Altamente Recomendável, na categoria teórico. Concorreram ao prêmio todas as obras que haviam recebido o Selo.

Professor de Literatura há mais de 20 anos, Fabiano Tadeu Grazioli, atuante no curso de Pedagogia da Faculdade Anglicana de Erechim (FAE), concluiu o doutorado em Letras pela Universidade de Passo Fundo/RS (UPF) em março deste ano. “A Literatura tem uma contribuição única para dar ao ser humano. Eu dediquei a minha vida a essa contribuição, pois acredito que ela tem potencial de transformar as pessoas e o mundo que nos cerca”, destaca o professor das disciplinas de “Jogo, brinquedo e recreação”, “Literatura infantil” e “Práticas de leitura e formação do leitor”.

A obra foi publicada, editada e lançada pela Habilis Press, editora erechinense que acolheu prontamente a proposta dos organizadores, “mesmo num ano de dificuldades para o mercado editorial”, pontua Grazioli. O professor da FAE explica que conceber a Literatura como forma de emancipação significa compreender que a Literatura possui um caráter transformador que age desde cedo no indivíduo, tornando-o capaz de pensar por conta própria e, num estágio posterior, quando em ocasiões específicas, agir na sociedade.

“No campo de estudos da Estética da Recepção, de onde pegamos a expressão ‘emancipar’ do título emprestada, a emancipação é um processo decorrente do encontro do horizonte de produção da obra literária, ou seja, o do autor, com o horizonte de expectativas do leitor. Desse processo, o segundo sai transformado, pois a tendência é que seu conhecimento sobre a vida e sobre o mundo seja ampliado pela obra”, justifica.

No livro em questão, os capítulos, direta ou indiretamente, tratam dessa possibilidade de a obra literária fazer valer o seu potencial de emancipar o leitor. No trabalho constante de aplicar o resultado dos estudos em sala, o professor complementa que há uma direção única para a qual a pesquisa e o ensino apontam, “deste modo, pensar a emancipação do ser humano é um dos objetivos das disciplinas que ministro. E nesse sentido, elas se encontram com o que procuramos evidenciar, eu, o colega organizador, os autores e os editores, com a publicação desta obra”, finaliza.

Os capítulos e seus autores:

Apresentação (Fabiano Tadeu Grazioli e Rosemar Eurico Coenga)

01 – O território da semiosis: a palavra literária dirigida às crianças (Marisa Martins Gama-Khalil)

02 – Estreitos da sociologia da leitura para os jovens leitores: a recepção (Alexandre Leidens e Maurício Cesar Menon)

03 – A questão da linguagem na literatura infantojuvenil (Maria Teresa Gonçalves Pereira)

04 – O patinho feio para crianças contemporâneas: análise de adaptações em livros impressos e digitais (Rosa Maria Hessel Silveira, Edgar Roberto Kirchof e Iara Tatiana Bonin)

05 – Edward Tulane no País das Maravilhas: uma análise comparativa (Fabiane Verardi Burlamaque e Ronaldo José Jappe)

06 – Reescritura metaficcional dos contos de fadas em O outro lado da história, de Rosana Rios (Vanessa Gomes Franca, Edilson Alves de Souza e Flávio Pereira Camargo)

07 – Manuel de Barros para crianças? (Rodrigo da Costa Araujo)

08 – Gritos no quintal: a produção infantil em Mato Grosso – As meninas e o sábia, de Maria da Graça Campos (Epaminondas de Matos Magalhães)

09 – A pele da mulher velha: um mito nambiquara (Rosana Campos Leite Mendes e Anna Maria Ribeiro F. M. da Costa)

10 – Sobre a formação da literatura juvenil brasileira: as edições de A ilha perdida, de Maria José Dupré (Fernando Rodrigues de Oliveira)

11 – Literatura e quadrinhos: O Alienista, de Machado de Assim, para o leitor jovem (Eloilma Carvalho Pires e Diógenes Buenos Aires de Carvalho)

12 – A poesia infantil e juvenil de Cecília Meireles no livro didático: constatações de proposições para o ensino de literatura (Raquel Souza da Silva, Renata Junqueira de Souza e Daniela Maria Segabinazi)

13 – Pesquisas qualitativas e estudos sobre letramento: o estado da arte (Rosemar Eurico Coenga e Fabiano Tadeu Grazioli)

14 – Espaços de leitura na escola: entre a mediação e a provocação (Chirley Domingues e Eliane Santana Dias Debus)

15 – A arte de ensinar a contar, cantar e ler histórias para e com crianças: uma experiência estético-formativa (Bárbara Cortella Pereira de Oliveira e Nilza Cristina Gomes de Araújo)

Os organizadores:

– Rosemar é Doutor em Teoria Literária e Literaturas pela Universidade de Brasília (UnB), Mestre em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino IFMT-UNIC/MT.

– Fabiano Doutor e Mestre em Letras pela na Universidade de Passo Fundo/RS (UPF), Especialista em Metodologia do Ensino da literatura e Licenciado em Letras Português/Espanhol pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI). Professor do Departamento de Ciências Humanas da URI, da Faculdade Anglicana de Erechim/RS (FAE) e do Colégio Franciscano São José.

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