Produtores reforçam preocupação com a crise do setor no tradicional banho de leite

Manifestação chama, mais uma vez, atenção na feira para a crise que o setor enfrenta

Momento tradicional da Expointer, o banho de leite desta edição foi marcado por um protesto que pôde ser visto desde o início da cerimônia. Ao entrar na pista do parque Assis Brasil, em Esteio, os vencedores do concurso seguraram a faixa erguida no pavilhão do gado leiteiro com o símbolo do luto e os dizeres Estão matando os produtores de leite. Será difícil recuperar o setor.

A manifestação foi, mais uma vez, relacionada ao grande volume de produtos lácteos importados de países do Mercosul, que, na avaliação do setor, acentuou a crise no leite, já impactado pela estiagem.

Presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang fez coro, referindo-se aos altos resultados obtidos no concurso:

— Estão nos matando. Mas os produtores são tão sérios que é capaz de faltar comida para eles, mas não para as vacas.

Na raça holandesa, a granja Ferraboli, de Anta Gorda, fez dobradinha no pódio pela segunda vez consecutiva. Com 82,69 quilos produzidos em um dia, a vaca da categoria adulta vencedora foi a Festleite P Ferraboli 407 Supersire. O animal agora se torna bicampeão do concurso, já que venceu também na Expoleite/Fenasul deste ano. Da categoria jovem, a maior produção, de 78,55 quilos, foi da vaca Ferraboli 441 Natalia Unix.

— Estou feliz de ganhar banho de leite na feira, ainda mais na Expointer. Mas, na verdade, é um momento de tristeza o que estamos passando. O cara fica 17 horas trabalhando e não está sendo subsidiado — declarou o produtor Diego Ferraboli.

Na raça jersey, a Granja do Nini, de Carlos Barbosa, foi a grande vencedora. A vaca C.Santa Clara VZ 20579 Mimosa Marcin ganhou a competição na categoria adulta com a produção de 53,9 quilos.

— A situação é bem difícil. Estamos comendo a gordura acumulada de anos para pagar as contas. Mas já está secando. A vitória traz um ânimo para voltar a trabalhar — avalia o produtor Felipe Zaro.

Nesta edição do concurso da jersey, não houve a categoria jovem.

— É o momento ruim do setor — justifica presidente da Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul (ACGJRS), Ângela Maraschin.

Por GZH

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