População de Erechim reduz significativamente, indicam dados do IBGE

A coleta das informações do Censo Demográfico 2022 tem atrasado e só deve ser concluída no próximo ano em Erechim. No entanto, conforme o coordenador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Admar Dornfeld, 52% dos dados já foram coletados e apresentam surpresas. A população que vem sendo estimada, não vai atingir. “Vamos ter 3, 4 ou até 5 mil habitantes menos da estimativa atual. Nosso sistema hoje está indicando 105 mil habitantes, isso pode ser um pouco mais, um pouco menos, acredito que pode ser menos”, disse. Conforme a coleta vai sendo processada, o sistema vai indicando a estimativa populacional que o censo vai obter.

Segundo a estimativa atual que o senso faz todos os anos, são “107,365 pessoas em Erechim. Felizmente ou infelizmente não chegaremos a esse indicativo, temos um número muito baixo de pessoas por domicílio. Em 1990 eram 3,7 pessoas por domicílio, em 2000 (3,33), 2010 (2,89) e hoje com 52% dos dados coletados, caiu para 2,54 pessoas por domicílio, ou seja, uma queda em torno de 12% de 2010 até 2022”, afirmou Dornfeld.

A realidade dos domicílios de Erechim e região é que as pessoas estão convivendo com animais de estimação. “Hoje se fossemos recensear os animais, principalmente cães, acredito que teríamos mais que seres humanos. É impressionante o número de cães que as famílias tem hoje, gatos também, dando impressão que estão substituindo filhos por animais. Até porque temos uma taxa de natalidade baixíssima, atualmente é 1,6 filho por mulher em idade fértil, quando deveríamos ter 2,2 filhos apenas repor a população, pois tem a mortalidade infantil”, destacou.

Se não bastasse, em 2020 nasceu menos crianças que 2003 em Erechim. Dezenove anos após o número de nascimentos é menor, dado que evidencia o porquê a população não cresce.

“Erechim cresceu verticalmente, houve uma diluição da população, filhos estão saindo da casa dos pais e indo morar num loteamento, houve um processo migratório intramunicipal. Um exemplo é o censo de 2007, no bairro Progresso e Cristo Rei dava conta que a população havia reduzido e nós fomos contestados. Então, realizamos um processo de supervisão e pente fino, não encontramos mais pessoas das que foram recenseadas. Realizamos um levantamento na escola Dom Pedro e percebemos também que o número de matrículas ano após ano vinha diminuindo, as pessoas passaram a residir em outras bairros”, exemplificou.

Outro dado extraoficial apurado pelo censo, aponta a atual realidade da cidade. Em 2010 o município tinha quase três mil domicílios vagos e de uso ocasional, quase 9% da população. “Em 2022, temos quase 13,17%. Se continuar com esse ritmo, até o final do censo vamos chegar a 6.700 vagos e de uso ocasional, índice mais elevado dos últimos anos”, finalizou.

 

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