Pobreza Menstrual: URI Reitoria arrecada cerca de 700 absorventes para doar a meninas e mulheres de Erechim

A Reitoria da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) arrecadou internamente aproximadamente 700 absorventes para doar a meninas e mulheres de Erechim, que enfrentam a chamada pobreza menstrual. Parte dos pacotes serão entregues nas 12 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para que possam ser retirados por elas. A outra será enviada para a Escola São Vicente de Paula. A instituição abraçou a campanha “Seja abas nesta correnteza” durante o Outubro Rosa, mês dedicado à saúde feminina.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil, 25% das meninas entre 12 e 19 anos deixaram de ir à aula alguma vez por não ter absorventes. Ou ainda recorrem a métodos precários como uso de papel higiênico, sacolas plásticas e até miolo de pão, o que impacta negativamente a saúde física e emocional destas mulheres. Além de comprometer o futuro no longo prazo.

Campanha arrecada absorvente para meninas e mulheres que enfrentam pobreza menstrual (Rotaract Paiol Grande/Divulgação)

Na Reitoria, um espaço composto por 35 colaboradores, onde 25 são mulheres, a causa sensibilizou as Pró-Reitoras de Ensino Edite Maria Sudbrack e de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação, Neusa Maria John Scheid, além dos demais funcionários.

“Não só por termos um espaço majoritariamente feminino, mas também pela nossa missão com a educação, com a atenção às desigualdades sociais. Propor ações faz muito sentido para nossa instituição”, defende a Pró-Reitora Edite.

“O papel da universidade é auxiliar para que todos possam ter uma vida em sociedade com dignidade. A campanha tem papel importante no sentido de sensibilizar as pessoas para um problema que já deveria ter sido superado”, afirma a Pró-Reitora Neusa.

A campanha é promovida pelo Rotaract Paiol Grande e conta também com o apoio da prefeitura do município, da Coordenadoria da Mulher e da Agência Neoyann. Entre os dias 8 e 30 de outubro a Reitoria foi um dos pontos de coleta.

“Ela estava usando até pano”

“É caro para a gente. Agora ela estava usando até pano”. A declaração é da mãe de uma menina de apenas 9 anos. As duas são moradoras do bairro Progresso, em Erechim e não serão identificadas. Sem dinheiro para comprar absorventes, elas recorrem a meios precários para passar pelo período menstrual. A família foi uma das atendidas pelo projeto “Seja abas nesta correnteza”.

Até o momento, já foram entregues mais de 500 absorventes. Entre os bairros atendidos estão Progresso, Florestinha e Cristo Rei.

A campanha começou em 15 de junho deste ano. A primeira etapa encerrou no mês de outubro, mas as ações serão permanentes.

Foto/Crédito: Pró-Reitoras Neusa (à esquerda) e Edite (à direita) representam a Reitoria na campanha de arrecadação de absorventes

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