PIB da soja e do biodiesel pode crescer quase 20% neste ano

Estimativa feita pelo Cepea com a Abiove aponta que ambos setores serão importantes impulsionadores da recuperação da economia nacional

O gigantismo da safra de soja colhida pelo Brasil neste ano promete se converter em um indutor de crescimento também para a economia brasileira. Estimativa feita pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) aponta expansão de 19,88% no PIB da soja e do biodiesel de 2023, na comparação com o de 2022. A referência para o levantamento são os dados do primeiro trimestre.

Com uma fatia crescente na geração de riquezas do país como um todo, o setor de soja e biodiesel serão importantes impulsionadores da recuperação da economia nacional, observa Nicole Rennó Castro, pesquisadora doutora do Cepea e uma das coordenadoras do estudo:

“O PIB da soja já tem peso de cerca de 6% no PIB brasileiro. Quando a cadeia da soja cresce quase 20%, terá um peso nada desprezível na recuperação do PIB do Brasil”.

Esse percentual de avanço estimado para o grão resulta de uma expansão “muito acelerada” de volume, acrescenta a pesquisadora. Para que isso fosse possível, o setor de insumos cresceu também, assim como a indústria, e os chamados agrosserviços vão sendo movimentados à medida que o setor produz mais. A base de comparação é outro ponto a ser considerado nesse desempenho que se espera para essas cadeias do estudo.

Com preços menores em relação ao ano passado — na média dos itens analisados, 16,23% a menos —, o cenário fica diferente quando o assunto é o PIB-renda, ou seja, a renda obtida pelos agentes da cadeia. Nesse caso, o avanço foi quase uma estabilidade: 0,42%

O levantamento mostra ainda que os setores de soja e de biodiesel têm se habilitado como empregadores: foram 2,4 milhões de ocupações geradas no primeiro trimestre deste ano, aumento de 12,64% sobre igual período do ano passado. A pesquisadora explica que embora seja bastante mecanizada, a cadeia “está se tornando tão gigantesca” que cria oportunidades: “São trabalhos permanentes, de carteira assinada e escolaridade”.

Por GZH

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