Páscoa para os pets: por que nunca devemos oferecer chocolate aos animais?
A teobromina, uma substância encontrada no cacau, pode ser extremamente tóxica para os amigos peludos. Veja como diversificar o cardápio dos pets nessa Páscoa de forma saudável e com sabores irresistíveis para eles
Quem nunca se deparou com um olhar pidão de um pet durante uma refeição? Muitas vezes, pensando em agradar cães e gatos, os tutores acabam oferecendo alimentos de humanos para os animais, o que é muito comum principalmente durante celebrações como a Páscoa. Nessas datas, costumamos reunir a família e, claro, os pets não ficam de fora. Mas a prática de oferecer os nossos alimentos para os bichinhos pode ser extremamente prejudicial para eles. O cacau do chocolate, por exemplo, muito consumido nessa data, contém uma substância que é tóxica para cães e gatos, conhecida como teobromina, e pode causar intoxicações de variados graus, desde mais leves até casos mais severos, inclusive podendo evoluir para o óbito do animal.
Além do chocolate, outros alimentos e ingredientes presentes no tradicional almoço de Páscoa também podem fazer mal à saúde dos nossos amigos peludos. De acordo com a médica veterinária especialista em nutrição Mayara Andrade, de GranPlus, marca de pet food Premium Especial da BRF Pet, nem tudo o que comemos, principalmente nessas ocasiões, são recomendados ou permitidos para os pets.
Mas será que o nosso pet não merece um docinho na Páscoa?
A resposta para essa pergunta, segundo a médica veterinária, é não! “Muitos não sabem, mas cães e gatos apresentam percepções em relação ao sabor diferente de humanos. Enquanto humanos apresentam cerca de 9.000 papilas gustativas, cães apresentam 1.700 e gatos apenas 450. Além disso, gatos não apresentam receptores para o sabor doce, fato cientificamente comprovado. Se você tem um gato que se interessa por doces quando você está comendo saiba que o motivo pelo qual ele procura e, por vezes, experimenta, é curiosidade e textura, por exemplo, mas não por sentir ou gostar do sabor doce propriamente dito”, explica Mayara.
Assim, o “doce” ou o açúcar não são essenciais para os pets, ou seja, não há necessidade ou recomendação mínima de consumo para eles. Por isso, não é indicado o consumo do açúcar já que seus possíveis benefícios podem ser obtidos a partir de outros nutrientes. “Havendo o consumo de doces ou açúcares, o pet receberá algo que não precisa, aumentando seu consumo de energia sem necessidade, gerando ganho de peso, que pode se tornar excessivo e, consequentemente, obesidade”, completa a médica veterinária.
Quais os perigos do chocolate para os animais?
No caso do chocolate, o assunto é ainda mais complexo, já que um de seus componentes, o cacau apresenta uma substância altamente tóxica para pets, principalmente para cães: a Teobromina. Essa substância é um alcaloide da família das metilxantinas, mesma família da cafeína e, da mesma forma, fornece energia, ou seja, ajuda a tirar o sono, além de aumentar a capacidade de concentração. É uma substância normalmente encontrada no fruto do Theobroma cacao, que dá origem ao cacau encontrado no chocolate e também na semente do guaraná.
“Diferente dos humanos, cães e gatos não são capazes de digerir ou metabolizar a teobromina, o que pode levar a intoxicações de variados graus, causando desde sintomas gastrointestinais leves, como episódios de vômitos e diarreia, até casos mais severos com sintomas neurológicos, podendo evoluir para o óbito, dependendo da quantidade ingerida”, explica Mayara.
Entre os sintomas mais comuns, além dos gastrointestinais, estão as contrações musculares; alterações neurológicas, como excitação, respiração acelerada, taquicardia; e temperatura corporal elevada. Além disso, alterações de comportamento, como inquietação ou hiperatividade, e alterações na coordenação motora também podem ser vistos.
“O chocolate é um doce comum nessa época do ano e por isso orientar a todos, principalmente idosos e crianças, é um ponto muito importante na prevenção de acidentes, diminuindo as chances do oferecimento seja por descuido ou desconhecimento dos riscos”, orienta.
O que oferecer para o meu pet para ele ter uma refeição diferente na Páscoa?Além do chocolate, os tutores não devem oferecer os alimentos do almoço de Páscoa para os animais. Já que, geralmente, os pratos são temperados com cebola, alho e seus derivados, por exemplo, que também são tóxicos para os pets.
Mas comer também é um momento de prazer para os pets. Pensando em oferecer uma dieta diversificada em sabores e texturas, existem diversos alimentos desenvolvidos especialmente para eles, e por isso seguros, como os alimentos úmidos, comercializados em sachês, por exemplo. Caso o tutor queira oferecer um cardápio diferente nessa data, há opções de alimentos nutritivos e saborosos, para agradar até os paladares mais exigentes de cães e gatos nesse dia especial.
Entre os alimentos que normalmente consumimos nessas datas comemorativas, os vegetais cozidos e frutas, com exceção da uva, podem ser oferecidos para os bichos. Entretanto, se seu pet recebe um alimento completo e balanceado, não há necessidade de mudar a alimentação mesmo em datas especiais.
Seja qual for a escolha, o tutor deve consultar o médico-veterinário que acompanha o pet para decidir qual a melhor escolha. Desde que sejam utilizados alimentos formulados especificamente para os pets, também podemos oferecer uma refeição diferenciada para eles! Nesse caso, alimentos úmidos com sabores diversificados e petiscos para os pets podem compor o cardápio de cães e gatos nesse dia especial.
“A mistura de alimento seco e úmido também é extremamente benéfica para os pets, não só por trazer texturas e sabores diferentes ao cardápio, o que por si só já é muito atrativo para eles, como também trazer benefícios para a saúde dos pets, como por exemplo, contribuir para o consumo diário de água, ponto bem importante para a saúde do trato urinário e manutenção da hidratação”, completa Mayara.