Parem a rotativa

Hoje se fecham em definitivo as páginas do Jornal Boa Vista impresso e junto com elas o meu ciclo na empresa onde aportei há alguns anos. Ao lado de colegas, que em pouco tempo se tornaram amigos, naveguei pelos mares revoltos das informações e denúncias, mas também pelas águas tranquilas da imparcialidade, cidadania e compromisso com os fatos. Foram 112 colunas, vários especiais, além de diversas outras diferentes matérias que escrevi para estas páginas, para o site ou até mesmo para colaborar com a rádio.

Não integrava o grupo quando em 2002, o Boa Vista impresso nasceu, mas tive a oportunidade de fazer parte da sua história e sua história se tornou parte de mim. Não tenho como fugir da emoção que toma conta ao escrever estas últimas linhas, no encerrar do expediente.

Não tenho como deixar de lembrar da era de ouro dos jornais impressos, de quando comecei a trilhar meu caminho pelo jornalismo, das noites e madrugadas na redação, do som da prensa rotativa, do cheiro da tinta e do papel, da correria para não perder o prazo. Do fato importante e imprevisível que acontecia ao findar do dia e do grito de “parem a rotativa”, avisando que o trabalho recomeçaria. Hoje, gostaria de ouvir “não parem a rotativa”, mas a aposentadoria do jornal impresso parece ser inevitável. A era digital impõe isso, é necessário agilidade, rapidez, textos curtos, muita informação em poucas linhas e para isso, é preciso seguir rumo ao futuro, e o futuro é online.

Com este pequeno texto me despeço e agradeço a todos que durante este tempo acompanharam essa coluna, criticaram ou elogiaram, aos que me abriram as portas do Boa Vista, aos novos amigos que fiz e aos velhos que mantive, e às fontes, que me acompanharão na próxima empreitada, seja ela onde for. Muito obrigado!

 

Por Alan Dias

 

 

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