Eles são simples, diversos e reúnem em expressões curtas grandes conselhos e ensinamentos. Repassados de geração a geração, talvez sejam mais comuns na boca dos pais e avós, o que não quer dizer que não sejam usados pelos mais jovens. Aliás, se você acredita que os ditados populares são coisa do passado, não poderia estar mais enganado: na pesquisa mais recente da Preply, os gaúchos não apenas confirmaram que os usam frequentemente, como elegeram os ditados favoritos no estado.
Dentro do Rio Grande do Sul, o queridinho regional é bastante específico: “para bom entendedor, meia palavra basta”, presente no dia a dia de 64,9% dos entrevistados.
Para compreender quais ditados são os mais utilizados em todos os estados do Brasil, durante o último mês, mil respondentes foram indicados a avaliar dezenas de expressões típicas do nosso senso comum, identificando os provérbios populares que escutam e dizem com frequência nas regiões onde vivem. Os entrevistados ainda tiveram a oportunidade de apontar de quem costumam ouvir tais frases, bem como admitir que ditados sempre falaram errado a vida inteira — sem fazer ideia de que estavam repetindo, na verdade, a forma equivocada das máximas em questão.
Principais conclusões
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“Para bom entendedor, meia palavra basta” (64,9%) é o ditado popular mais falado no Rio Grande do Sul;
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Pódio das frases mais usadas pelos gaúchos ainda conta com “a pressa é inimiga da perfeição”, “a mentira tem perna curta” e “a esperança é a última que morre” (ditas por 59,6% dos respondentes);
“Para bom entendedor…” — e outros ditados que unem o Rio Grande do Sul
Esteja em Porto Alegre ou Pelotas, todo gaúcho certamente concordará em um mesmo ponto: quando o assunto são os boatos, fofocas e “conversas fiadas”, é preciso ter atenção especial às entrelinhas, que podem revelar muito sobre o que está sendo repassado adiante.
Prova dessa mentalidade compartilhada é o fato de que, em meio aos milhares de ditados populares no estado, “para bom entendedor, meia palavra basta” foi eleito o mais utilizado por seus residentes — à frente dos também comuns “quem não arrisca, não petisca” (54,3%) e “o que os olhos não veem, o coração não sente” (57,8%), por exemplo. A preocupação com os blablablás excessivos, que poderiam ser sintetizados com poucas palavras, pode até mesmo ser vista como uma marca da nossa população, bastante direta quando o assunto é a comunicação.
Outra característica marcante no Rio Grande do Sul também pode ser atrelada ao segundo ditado mais popular entre os gaúchos, o conhecido “a pressa é inimiga da perfeição” (59,6%). Nesse caso, a máxima chama atenção para o seguinte ponto: quem faz as coisas com muita pressa ou pressão com certeza comete erros ou não alcança o resultado desejado.
Se pensadas como reflexos de características de quem as utiliza, certa expressão dita no estado demonstra a importância dada à disposição e persistência por parte dos gaúchos. Estamos falando de “a esperança é a última que morre” (59,6%), presente no Top 3 dos respondentes e cujo sentido enfatiza o olhar positivo e otimista para as dificuldades — uma lição valiosa e que nunca sai de moda.
Muito além do Rio Grande do Sul: Os ditados que todo brasileiro fala errado
Tão comuns quanto certos ditados são, na verdade, versões alternativas de frases conhecidas, que acabaram se popularizando de forma equivocada no país — algo que não só os gaúchos conhecem bem.
À Preply, por exemplo, cerca de 59,1% dos brasileiros admitiram utilizar “quem não tem cão, caça com gato” como sinônimo para “quem não tem o necessário, se vira como dá”, investindo nas ferramentas que possui. O que a semelhança sonora esconde é o fato de que, em sua origem, a versão correta do dito seria um pouquinho diferente.
Isso porque, embora boa parte das pessoas entrevistadas costumem reproduzi-la dessa maneira, a alternativa original recomenda que aqueles que não têm cão, na realidade, “cacem como gato”. Em outras palavras, agindo de maneira sorrateira, tal qual um felino atento aos perigos.
Uma confusão parecida ainda reaparece quando se menciona um dos ditados mais conhecidos entre as crianças, expressão que inclusive já se transformou em cantigas e parlendas nas escolas infantis: “batatinha quando nasce se esparrama pelo chão”, pelo menos no senso comum. É que, no original, diferentemente do usado por 59% dos interrogados, a mudança é sutil: a variação “se esparrama” vem do clássico “espalha a rama”, em referência às raízes do legume.
Filho de peixe, peixinho é: os ditados como herança cultural
Além das expressões favoritas dos entrevistados, algo que o estudo da Preply confirmou é o fato de que, se os ditados anteriores permanecem firmes entre as gerações Y e Z, isso em grande parte se deve a certos costumes familiares, que aparecem nas conversas com os pais (67%), avós (48,3%), irmãos (18,6%) e demais parentes (41,5%).
Não por acaso, grande parte dos respondentes de todos os estados afirmaram ouvi-los com mais frequência dentro de casa, entre conselhos e puxões de orelha que mantêm vivas essas verdadeiras tradições culturais.
Outros círculos sociais externos, de todo modo, não ficam muito atrás dos familiares na preservação de certas expressões do senso comum. Afinal, para mais de 58% dos brasileiros, são os amigos os responsáveis por usarem tais ditados constantemente, ao lado dos colegas de trabalho (43,5%) e até mesmo professores (15,7%).
Só em seguida, de acordo com os entrevistados, viriam os meios de comunicação como a TV, rádio e internet (12,7%), o que evidencia o quanto a popularidade dos ditados em muito decorre do bom e velho boca a boca informal.
“Provérbios têm sido transmitidos ao longo das gerações porque se mostraram valiosos e sábios ao longo do tempo”, comenta Sylvia Johnson, líder de Metodologia da Preply. “Eles oferecem orientações práticas e lições que se aplicam à vida cotidiana, fornecendo insights sobre desafios e dilemas comuns, ajudando as pessoas a navegar em seu dia a dia.”
Sobre a Preply
A Preply é uma plataforma online de aprendizagem que conecta milhões de professores nativos a alunos de todo o mundo. A empresa fundada em Kiev, na Ucrânia, e que conta com escritórios em Barcelona, Espanha, já alcançou mais de 140 mil professores que ensinam 50 idiomas em 203 países ao redor do planeta. A solução proporciona uma relevante e eficiente experiência de aprendizado a preços justos. Mensalmente, a Preply realiza pesquisas nas áreas de educação, mercado, estilo de vida e outros temas relevantes para o mundo globalizado.
Por Assessoria de Comunicação