Chegamos ao mês de Outubro. Apesar da pandemia, muitas doenças continuam a se manifestar. Infelizmente, o medo do vírus fez com que muitos parassem de fazer a prevenção dessas doenças, entre elas, o Câncer de Mama.
Assim, outubro se torna, especialmente nesse ano, um mês importante na Conscientização da Prevenção do Câncer de Mama. Essa campanha chamada “Outubro Rosa” é realizada anualmente em todo o mundo. Segundo a ginecologista e mastologista do Hospital de Caridade de Erechim, Ana Zampieri, o objetivo, além da luta contra o Câncer de Mama, é ressaltar a importância sobre o direito que a mulher com Câncer de Mama tem, tanto no atendimento médico, como no suporte emocional.
Neste mês, inúmeros países iluminam monumentos históricos de rosa. Com isso, alertam e encorajam mulheres a realizarem seus exames e tratamento, se houver necessidade. “Lembrando que no estágio inicial, o controle da doença é maior”, alerta a médica. De acordo com a profissional, apesar de muitas mulheres, no mundo todo, se preocuparem com essa doença grave os estágios mais adiantados da doença ainda prevalecem. “A cada ano, mais mulheres se tornam conscientes, principalmente no Alerta do Outubro Rosa. Mas ainda não atingimos o objetivo da redução do Câncer de Mama”, destaca.
De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o Câncer de Mama corresponde a 22% dos novos casos de câncer no Brasil. A perspectiva é de que no Rio Grande do Sul até dezembro/2020 sejam registrados 5.210 novos casos. No Brasil: 66.280 novos casos (INCA).
IMPORTÂNCIA DO EXAME PRECOCE
Conforme explica Ana Zampieri, muitos casos de câncer de mama são assintomáticos. Outros vão desde um nódulo, fixo, de tamanhos variados, até a inversão do mamilo. “Por isso, ressalto a importância do exame precoce. Pois se o câncer de mama for descoberto antes de aparecer os sintomas, a cura chega a 95%”, informa.
Hoje, há 330 mamógrafos (aparelho que realiza a mamografia) nas cidades do Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério da Saúde, pelo SUS se preconiza a mamografia dos 50 anos aos 69 anos, anualmente. E segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, a Sociedade Brasileira de Radiologia e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, o exame deve ser feito a partir dos 40 anos e repetido anualmente.
Preocupada, Ana observa, porém, que, desde março de 2020, houve uma redução importante na realização de mamografias – agravando um quadro que já era grave. Segundo o Ministério da Saúde, antes de março/2020, apenas 27% das mulheres na faixa etária dos 50-69 anos realizaram a mamografia.
Alternativa para auxiliar na mudança desse quadro, segundo a médica, poderia ser uma atuação mais presente e comprometida dos meios de comunicação, entidades com preocupação social, serviços públicos e a sociedade como um todo ao longo do ano e, especialmente neste mês de outubro abrindo espaço para falarmos da importância da prevenção ao Câncer de Mama, estimulando o debate através de inúmeras formas, como palestras on-line, lives, iluminação rosa e outras. “A mulher ganha e a sociedade ganha. Assim, o câncer de mama estará, quem sabe, reduzindo as estatísticas de morte da mulher brasileira”, argumenta a Ana Zampieri.
AUTOEXAME DA MAMA
A médica explica que o tratamento do Câncer de Mama varia de acordo com o comprometimento da mama e sua extensão (estadiamento) e pode ser: Cirurgia, Radioterapia, Quimioterapia, Hormonioterapia e Terapia Biológica (INCA). “Ainda
temos muitas mulheres que têm vergonha do seu corpo, de se tocar e se conhecer. Isso aumenta a incidência de diagnóstico tardio. O autoexame é importante sim! Pode ser feito em qualquer dia do mês, e leva a mulher a conhecer o seu corpo, e procurar o médico, em caso de dúvidas, ou do aparecimento de alterações na mama”, salienta a mastologista.
MITOS E VERDADES
Para ela, a informação correta é uma excelente prevenção e tratamento contra qualquer doença. Mas ela enaltece que ainda há mitos sobre o Câncer de Mama. Por exemplo:
– A mamografia “aperta” a mama e provoca o câncer – MITO. A mamografia precoce salva mulheres.
– O câncer de mama é hereditário. Só aparece, se já tem na família – NÃO É VERDADE. O câncer de mama pode ocorrer em todas as mulheres com histórico familiar ou não. Apenas 10% dos casos têm origem familiar.
– Desodorante pode causar câncer de mama – Segundo a Anvisa, não existe relação entre as substâncias dos desodorantes e os tumores.
– Sutiã com bojo que tenha haste de metal causa o câncer de mama – Não há dados na Literatura Científica que comprovem essa ligação.
– Se mexer no “caroço da mama” provoca o câncer – Não é verdade. Muitas vezes aquele nódulo é o problema e a cirurgia pode controlar uma doença que já existe.