Os reflexos da paralisação na economia de Erechim

I

Nesta quinta-feira iniciei levantamento junto algumas empresas de Erechim, para saber qual foi o reflexo da paralisação dos caminhoneiros. Na região Alto Uruguai temos três cooperativas e duas empresas que recolhem leite, mas consegui buscar os dados apenas da Agricoop. “Nós voltamos a recolher leite dos nossos associados ainda na quarta-feira à noite, mas as perdas, apenas dos associados da nossa cooperativa, chega a R$ 780.000,00”, relata o presidente Mário Farina.

A Olfar, maior empresa de Erechim deve voltar às atividades nesta sexta-feira. “Nestes 11 dias deixamos de faturar R$ 55.000.000,00”, diz o empresário José Carlos. A Andretta deve continuar parada até o início da próxima semana por falta de matéria-prima. “Ficamos totalmente paralisados por 10 dias e levará mais dois a três para reabastecer os estoques de cimento, ligaste asfáltico, aço e outros. Nesse período deixamos de faturar no mínimo R$ 10 milhões”, afirma o empresário Everto Andretta. Já a Comil deve voltar na próxima semana. “Ainda não temos calculado os prejuízos, mas não deve ser pouco. Fui sempre contra esta paralisação e me manifestei para que a ACCIE não apoiasse”, conta o empresário DeoclécioCorradi.

Também falamos com alguns donos de supermercados de nossa cidade, que demonstraram estar mais preocupados com os reflexos no aumento das mercadorias após a paralisação do que com eventuais prejuízos. “Mais uma vez todos nós, principalmente a população mais pobre, vai pagar a conta, com aumento no preço das mercadorias até a normalização, mas depois, deve voltar à normalidade”, diz um dos compradores dos supermercados.

A empresaCavaletti, que deve retornar aos trabalhos nesta sexta-feira, ainda não tem uma avaliação real dos reflexos da paralisação. “Não deveremos ter prejuízo, mas deixamos de faturar mais de R$ 5 milhões. Iremos recuperar este faturamento com a volta da normalidade para atingir as metas projetadas. Que essa paralisação sirva de reflexão para todos nós e principalmente para os nossos governantes!”, destacou o empresário Mario Cavaletti

Até a publicação dessa matéria, algumas empresas ainda não haviam respondido nosso contato.

II

Não podemos atribuir todos os prejuízos e transtornos aos caminhoneiros, mas sim a negligencia do presidente, sua equipe e aos governos que ao longo do tempo não deram ouvidos a esta importante categoria. Os legítimos caminhoneiros saíram fortalecidos desta paralisação e mostraram sua força, uma pena que em meio ao movimento, pessoas que não tinha nada a ver com o manifesto se infiltraram e começam ameaças, fazendo com isso que aos poucos os caminhoneiros fossem perdendo parte do apoio da comunidade. Que o governo fique mais atento e valorize esta categoria, porque quem também está pagando esta conta há muito tempo, são os caminhoneiros.

Por Egídio Lazzarotto

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