MuRAU da URI abre programação da Semana Nacional de Museus

Com a realização do webinário sobre os futuros desafios dos Museus de Ciências, o MuRAU (Museu de Ciências da URI Erechim), abriu nesta segunda-feira, às 9h, de forma remota, a programação da 19ª Semana Nacional de Museus. O evento foi assistido por pessoas de diferentes estados brasileiros, como Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Distrito Federal e Espírito Santo, e também do exterior, como Portugal (Lisboa).

Na abertura, a coordenadora do Museu de Ciências da URI, professora Elisabete Maria Zanin; a coordenadora da Terceira Região Museológica, Flávia Biondo da Silva; e do Diretor-Geral da URI Erechim, professor Paulo Roberto Giollo, destacaram a importância da iniciativa para marcar as comemorações do Dia Internacional de Museus, que acontece oficialmente nesta terça-feira, 18.

O encontro, que prossegue na quinta-feira, 20, mesmo sendo de forma virtual, é um espaço plural que propicia vivências diversas e trocas constantes de conhecimentos e experiências permeadas pelas instituições museais. É, também, uma oportunidade de contribuir para despertar e validar o interesse na área museal, realizar uma integração entre os museus, além de apontar e fortalecer a visibilidade do valor cultural e científico dos museus, mesmo em uma época de isolamento social.

A conferência de abertura, que foi mediada pela Pró-Reitora de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação da URI, professora Neusa Maria John Scheid, tratou sobre a importância dos Museus de Ciências. A convidada para falar sobre o assunto foi a professora Martha Marandino, Diretora do Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo.

Depois de apresentar a trajetória e paradigmas dos Museus de Ciências, que eram chamados de Museus de História Natural, falou sobre as mudanças na apresentação do museu com suas exposições no século 19 que começaram a mostrar um caráter temático. “Hoje, temos presente as exposições de imersão, buscando reproduzir os ambientes naturais e o homem como elemento, ora como observador, ora como agente dentro desse ambiente”, informou.

Falou também das fundações e ações de programas e políticas que nortearam a criação e manutenção dos museus de ciências no Brasil ao longo do tempo. Comentou sobre a educação museal, nome que está se estabelecendo no país, mostrando algumas atividades no processo educativo em museus no mundo todo e  como a comunicação e a educação na relação entre o museu e o público vem acontecendo. Frisou que “as pessoas devem se apropriar e integrar-se com outras formas de saberes, o diálogo entre cientistas e não cientistas como outra forma de aprendizado, chamado modelo dialógico ou de participação pública”.

Sobre as experiências durante a pandemia, comentou que a Rede de Educadores de Museus do Brasil (REM/BR) e CECA/ICOM BR (Comitê de Educação e Ação Cultural) do ICOM (Conselho Internacional de Museus), em abril deste ano realizou uma pesquisa com os museus perguntando como estava sendo a sua realidade e quais atividades estavam acontecendo durante as medidas de isolamento provocadas pelo coronavírus. Analisando os dados apresentados, estão sendo realizados eventos on line, publicações nas páginas das redes sociais com oficinas de ciências, imagens dos espaços expositivos, incentivando a dimensão estética e emotiva do seu público. Mostram também os bastidores do museu, tour virtual, dicas, jogos, materiais impressos para dowload, entre outras atividades.

Fez, também, uma reflexão sobre quem é que define o que irá aparecer nas exposições e nos processos educativos dentro do museu. Algumas medidas estão sendo realizadas no discurso pedagógico museal, seja por políticas públicas, agências, instituições que vêm direcionando as ações políticas dos educadores voltadas à popularização da ciência e educação. “Em alguns casos percebe-se a participação do público nessas decisões, tanto no Brasil como em outros países, porém, ainda muito pouco, apenas como receptor”, disse a palestrante.

Finalizando, frisou: “Ficam, então, alguns questionamentos de como o público quer os museus, como ele quer se relacionar com a ciência dentro desses espaços, como levar a prática de modelos mais dialógicos e participativos. Se durante a pandemia isso é possível de acontecer e qual a dimensão da participação do público nessas medidas e das ações governamentais no desmonte da ciência, cultura e educação e, por fim, como lutar para transformar isso e quais parcerias são possíveis para um futuro melhor”, concluiu.
Além da programação que está sendo desenvolvida pelo MuRAU, o IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus), mobiliza museus e outras instituições culturais brasileiras, a desenvolverem uma programação especial neste período. A 19ª edição da Semana Nacional de Museus deste ano tem o objetivo de chamar a comunidade para refletir, discutir e trocar experiências sobre o tema sugerido pelo Conselho Internacional de Museus – ICOM, ou seja, recuperar e reimaginar o futuro dos museus.

Por Assessoria de Comunicação

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