O Hospital de Caridade de Erechim comunica com pesar o falecimento de sua querida associada e ex-presidente Dona Maria Amorim Smaniotto, ocorrido na madrugada desta segunda-feira, 25, em Gaurama, devido a uma parada cardiorrespiratória. Dona Maria Amorim será velada na capela mortuária do HC. O enterro acontece ainda hoje, às 16h30min, no Cemitério Jardim da Saudade, em Erechim.
Uma mulher que fez história
Maria Amorim Smaniotto nasceu em Erechim no dia 27 de novembro de 1925. Filha mais velha do casal Ercilia e José Maria de Amorim, foi trazida ao mundo pelas mãos da parteira Elisa Vacchi. Nasceu em uma casa de madeira, ainda existente, localizada na Rua Presidente Vargas, onde funcionava a Escola do Professor Mantovani.
Fez o primário na Escola do Reverendo Alberto Blank, a Escola Paroquial da igreja Episcopal Brasileira, hoje Instituto Barão do Rio Branco. Mais tarde, no ano de 1939, foi para Passo Fundo e fez o curso de Contador, formando-se em 1944. Era a única mulher da turma. Foi presidente da classe e participava da equipe de vôlei do Instituto de Educação. Seu primeiro emprego foi na firma Irmãos Iochpe, onde trabalhou longo período.
Voltou para Erechim, casou no dia 29 de maio de 1948 com Desidério Smaniotto e, em 1954, foi morar no interior de Joaçaba/SC. Durante algum tempo fez toda a contabilidade de uma serraria. Mais tarde, morou em Belo Horizonte e Porto Alegre. Ficou fora de Erechim por um período de 12 anos e voltou em 1960, quando passou a trabalhar no tabelionato do pai, o Cartório Amorim.
Mãe de dois filhos, Pedro José e André Luiz. Foi presidente do Círculo de Pais e Mestres da Escola Normal José Bonifácio e também da diretoria do CPM da Escola Estadual Professor Mantovani. Por volta dos anos 80, iniciou seu envolvimento com o Hospital de Caridade, quando passou a fazer parte das diretorias, ocupando o lugar do pai, que era associado e foi um dos fundadores do hospital. Foi a primeira mulher a assumir a presidência na história do HC. Isso aconteceu no ano de 1995, tendo permanecido por dois mandatos à frente da instituição até 1998.
Fanática por futebol e torcedora ardorosa do Ypiranga e do Grêmio, foi a primeira cônsul do tricolor gaúcho em Erechim. Era também cronista esportiva voluntária no Jornal A Voz da Serra e, por muitos anos, esteve no comando do Programa Vida e Saúde do Hospital de Caridade, transmitido ao vivo pela Rádio Difusão aos sábados pela manhã. Em 1999 foi homenageada pelo Poder Legislativo em Sessão Solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Deixa seis netos e três bisnetos.