Em Assembleia Geral realizada na noite desta segunda-feira (03), na sede do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, os médicos conveniados ao IPE Saúde decidiram pela realização de greve geral nos dias 10, 11 e 12 de abril. A paralisação afetará consultas e procedimentos eletivos.
O movimento ocorre após o término do prazo previsto para que o governo estadual apresentasse uma alternativa — um projeto ficou de ser discutido com entidades médicas, a fim de ser encaminhado para a Assembleia Legislativa.
A Casa Civil sinalizou à categoria a possibilidade de uma nova reunião com as entidades médicas na segunda semana de abril. “Os médicos e a população gaúcha têm pressa”, alerta o presidente do Simers, Marcos Rovinski.
Impacto na saúde do Rio Grande do Sul
A crise do IPE Saúde, convênio que atende cerca de 1 milhão de gaúchos no Rio Grande do Sul, atinge principalmente os servidores públicos e seus dependentes. Ao mesmo tempo, afeta diretamente mais de 7 mil credenciados ao convênio, o que representa 20% do total de médicos no Rio Grande do Sul.
Preocupado com a sobrecarga no sistema de saúde, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), ao lado de outras entidades representativas, busca junto ao governo do Estado uma solução, que precisa ser encaminhada no formato de projeto de lei à Assembleia Legislativa. É grave o fato de que a dívida do IPE Saúde, que chega a R$ 250 milhões, concentra-se especialmente no pagamento de internações e procedimentos ambulatoriais. Assim, muitos hospitais estão optando por se desvincular do convênio. A sobrecarga no sistema já provoca impactos em serviços de urgência e emergência que atendem toda a população.
Outro ponto defendido pelo Simers é a valorização dos médicos. De acordo com o presidente Marcos Rovinski, a principal reivindicação dos profissionais em assembleias feitas na região metropolitana e no interior se refere à defasagem da tabela de honorários. Os valores não são atualizados desde 2011. “Há casos em que o valor pago ao médico por uma consulta a paciente internado é menor do que o ticket do estacionamento do hospital. Um auxílio cirúrgico pode pagar menos que uma entrada de cinema e um saco de pipocas. Falta dignidade”, detalha o presidente da entidade.
Conforme Rovinski, o Simers vem trabalhando em prol da revitalização do IPE Saúde — está e sempre esteve aberto ao diálogo, oferecendo, ao governo estadual, sugestões de melhorias ao convênio. Ao lado da Amrigs e do Cremers, o Sindicato já se reuniu com o Chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e parlamentares estaduais. A posição do Simers é clara: não aceitará um projeto que não contemple a valorização dos médicos, a partir de uma remuneração justa.
Por Assessoria de Comunicação