Maior inflação em 22 anos para fevereiro pressiona o Banco Central a manter alta de juros
A reunião do Comitê de Política Monetária está marcada para a próxima semana.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na quarta-feira (12) a inflação oficial de fevereiro, com a maior alta para o mês em 22 anos.
Na avaliação dos economistas, o Banco Central (BC) segue pressionado e deve cumprir a indicação de elevar os juros para 14,25% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, marcada para a próxima semana.
A conta de luz das famílias brasileiras subiu quase 17% e teve o maior impacto na inflação do último mês. Isso depois de um início de ano com descontos nas tarifas. Em janeiro, os consumidores tiveram uma redução no valor das faturas por causa do chamado bônus de Itaipu. Esse alívio pontual nos custos da conta vem do saldo positivo alcançado pela Hidrelétrica Itaipu Binacional na comercialização de energia.
O aumento das mensalidades escolares também impactou no índice de fevereiro. O grupo educação registrou a maior variação do mês. O IPCA – índice que mede a inflação oficial do País – subiu para 1,31%, de acordo com o IBGE. O maior patamar para o mês desde 2003, ou seja, há 22 anos.
Já no acumulado em 12 meses, a inflação passou dos 5% pela primeira vez desde setembro de 2023. Superando, mais uma vez, o teto da meta do Banco Central, que é de 4,5% ao ano. O aumento no preço dos alimentos tem sido o principal fator de pressão: alta de 7% no período.
Em fevereiro, o preço de dois produtos muito consumidos pelos brasileiros também disparou.
O ovo subiu 15% em fevereiro – a maior variação desde junho de 1994, antes do real entrar em circulação. Já o café moído aumentou mais de 10% em fevereiro e também bateu um recorde: a maior alta em 26 anos. O preço do café está subindo todos os meses, desde janeiro de 2024.
Na avaliação de economistas, além das incertezas no cenário doméstico, especialmente na política fiscal, é preciso levar em conta o cenário internacional, com idas e vindas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à guerra comercial. Diante do quadro, analistas mantiveram suas projeções para a taxa básica de juros este ano.
Com informações O Globo.