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Lula vê espaço para dobrar fluxo comercial entre Brasil e Portugal

Presidentes dos dois países deram declarações à imprensa após encontro bilateral em Lisboa. Os líderes também abordaram crescimento com equidade, a necessidade de mudanças no tabuleiro geopolítico e a pauta das mudanças climáticas

Dobrar o fluxo de comércio entre Brasil e Portugal. Valorizar o idioma e buscar novas conquistas para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Combater as fake news, os discursos de ódio e a violência política alimentada por notícias falsas em ambientes digitais. Promover crescimento com equidade social. Instigar o diálogo multilateral para que a Organização das Nações Unidas seja espelho mais fiel da geopolítica mundial. Trazer a pauta das mudanças climáticas, da transição energética e da preservação do meio ambiente para o centro do tabuleiro das discussões mundiais. E buscar uma solução negociada para promover a paz entre Ucrânia e Rússia.

Esses foram os principais pontos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou em seu discurso nesta primeira visita a Portugal em seu terceiro mandato, ao se dirigir aos jornalistas ao lado do presidente português, Marcelo Rebelo, neste sábado, 22/4, em Lisboa.
“Temos um potencial extraordinário para dobrar o fluxo de comércio exterior entre nossos países. Podemos ser mais ousados. Permitir que nossos empresários e ministros conversem mais. Discutam mais em busca de perspectivas de futuro no financiamento de nossas indústrias e produtos. O papel de um governante é abrir as portas, mas quem sabe fazer negócio e tem competência para isso são os empresários”, afirmou Lula.

Os dois chefes de Estado deram uma declaração conjunta após Lula participar de uma cerimônia de boas-vindas na Praça do Império, fazer uma deposição de flores ao lado do túmulo do poeta Luís de Camões, no Mosteiro dos Jerônimos, e de se encontrar reservadamente com o presidente português no Palácio de Belém.

Ao ressaltar a importância de trabalhar em conjunto para ampliar as relações econômicas entre Brasil e Portugal, o presidente Lula frisou que tem grandes expectativas para a reunião entre representantes do setor produtivo dos dois países, neste domingo, 23/4, na Cidade do Porto. Para ele, trata-se de uma enorme oportunidade de ampliar perspectivas de geração de emprego e crescimento econômico, de modo a melhorar a vida dos povos dos dois países.

Atualmente, o comércio bilateral entre os países movimenta US$ 5,26 bilhões, com US$ 4,27 bilhões em exportações brasileiras, comandada pelo setor de petróleo (59% do total). Os produtos agrícolas representam cerca de 20% do total explorado.
Ao se dirigir ao líder brasileiro, Marcelo Rebelo lembrou que Portugal já acolheu o presidente Lula em seis ocasiões, “uma com o presidente Jorge Sampaio, quatro com o presidente Aníbal Cavaco Silva, e uma no decurso deste meu mandato”, e destacou as diversas afinidades que unem os dois países em várias áreas.

“Sejam bem-vindos a esta pátria que tanto deve às centenas de milhares de irmãos brasileiros e que tanto lhes deve de doação pessoal e social em tudo: escolas, creches, hospitais, instituições de solidariedade social, apoio com cuidadores informais, empresas, fundações, misericórdias e, claro, cultura de todos os dias”, afirmou o presidente português, referindo-se aos milhares de brasileiros que vivem em Portugal e aos milhares de portugueses que vivem no Brasil.

A visita de Lula é também a primeira à Europa desde o início de seu terceiro mandato à frente da Presidência da República, e marca, segundo o presidente, o relançamento do diálogo bilateral e uma oportunidade para ampliar relações econômicas e sociais entre os dois países.

O líder brasileiro também citou grande quantidade de brasileiros vivendo atualmente no país europeu. São 252 mil brasileiros morando legalmente em Portugal, de acordo com dados oficiais das autoridades portuguesas de agosto de 2022.

Lula lembrou o desafio compartilhado pelos dois países de fomentar esse fluxo num mundo mais digitalizado e esse ponto também foi ressaltado por Marcelo Rebelo, ao dizer que que o encontro tem como objetivo “tratar de situação dos nossos Estados, dos nossos povos, e construir esse futuro na compreensão científica, na inovação, na criatividade, na tecnologia, no digital, na energia, na educação, na economia, no plano civil e militar, social, bilateral e multilateral”.

Fonte: Secom
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