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Leite anuncia abertura de capital da Corsan

Piratini trabalha inicialmente com a abertura de capital no limite máximo de 49%

O governador Eduardo Leite anunciou nesta manhã a abertura de capital da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), ainda em formatação. A medida foi informada por Leite durante o balanço dos 100 dias de governo. Segundo Leite, o governo trabalha inicialmente com a abertura de capital no limite máximo: 49%.

Leite ressaltou que, antes de abrir o capital, a companhia precisará modernizar a governança, estabelecer parcerias com o setor privado e reduzir perdas tarifárias e de distribuição, de forma a melhorar seu valor. O governador voltou a destacar que a privatização de outro setor, o energético (CEEE, Sulgás e CRM), auxiliará na adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), permitindo o acesso do Estado a novos financiamentos.

Questionado sobre se não repete ações de administrações anteriores, que também recorreram a rolagem da dívida e financiamentos, o que não ataca os problemas estruturais que geram o déficit, Leite disse que as medidas são necessárias. E rebateu: “Não tem como eu dizer que vou resolver se não for com financiamentos. Vamos ter que alongar e reestruturar para poder administrar.”

O governador voltou a prometer a apresentação de um amplo plano de reestruturação nas carreiras do Estado e na previdência ainda no mês de abril, esta sim uma medida relacionada ao desequilíbrio entre despesas e receitas. A reestruturação das carreiras vem sendo anunciada desde o primeiro mês de governo mas, segundo Leite, o levantamento é complexo. “Temos 56 estatutos que regulam 17 carreiras, fora outros muitos mecanismos.” Ele adiantou que não espera ter anuência dos servidores. “Precisamos atacar o que está provocando o déficit”, resumiu.

Mudança
Questionado dos motivos da priorização das privatizações e não da reestruturação, o governador disse que o Estado “precisa quebrar alguns paradigmas.” “O RS tem um problema cultural e isso é percebido por investidores. Então, queremos romper com esse paradigma e mostrar que o Estado se abre ao investimento privado.”

As declarações marcam uma alteração significativa na argumentação que era usada pela administração do ex-governador José Ivo Sartori (MDB). O governo emedebista sempre usou como principal argumento o ajuste fiscal para justificar o projeto de privatização do setor energético. Sobre este ponto, Leite lembrou apenas a questão que envolve a CEEE e a dívida que a companhia tem de ICMS. E informou que as vendas vão injetar dinheiro no caixa, mas sem fazer uma relação direta com uma eventual queda de despesa.

Fonte: www.correiodopovo.com.br

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