Julgamento do marco temporal no STF é suspenso com placar em 2 a 2

Proposta prevê que indígenas só tenham direito às áreas que ocupavam ou disputavam judicialmente em 5 de outubro de 1988, dia da promulgação da Constituição

O julgamento da ação que discute o marco temporal para demarcação de terras indígenas, retomado nesta quarta-feira (30) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi suspenso por volta das 18h30min, com placar em 2 a 2. A análise será retomada nesta quinta-feira (31).

O marco temporal prevê que indígenas só tenham direito às áreas que ocupavam ou disputavam judicialmente no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. Caso este entendimento seja aprovado, os povos originários só poderão reivindicar a posse de áreas que ocupavam nessa data.

O julgamento teve início em 2021, quando, antes de ser interrompido, o ministro relator do caso, Edson Fachin, votou contra a tese, e Nunes Marques se manifestou a favor. Em junho, Alexandre de Moraes acompanhou o relator, e em seguida a sessão foi suspensa por pedido de vista feito por André Mendonça.

Nesta quarta, com placar em 2 a 1 contra o marco temporal, o julgamento foi retomado novamente, por volta das 14h30min, com a palavra de Mendonça, que após mais de três horas de explanação, votou a favor da tese e empatou a votação em 2 a 2.

O marco temporal é defendido pelos ruralistas, enquanto entidades que representam os povos originários argumentam que essa regra, se aprovada, restringirá o acesso dos indígenas a territórios aos quais teriam direito. Outra alegação é de que, em muitos casos, houve expulsões ou remoções forçadas nos períodos anteriores à Constituição.

Do lado de fora do Supremo, em Brasília, indígenas se mobilizaram contra o marco. O cacique Raoni foi aplaudido ao chegar ao STF para julgamento. No Rio Grande do Sul, povos indígenas bloquearam duas rodovias no norte do Estado em protesto contra a tese de demarcação. Na mobilização, cartazes continham frases como: “Nós existimos antes de 1988” e “Não ao Marco Temporal”.

Fonte:  GZH

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