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História da Escola de Belas Artes de Erechim será eternizada em documentário

Referência cultural no Norte do Rio Grande do Sul, instituição criada na década de 1960 foi fundamental na carreira de grandes nomes, como o músico Gildinho, de Os Monarcas.

No olhar atento do aluno, na explicação paciente do professor, no som característico do ambiente, nas paredes pintadas e repintadas ao longo do tempo e nas memórias vivas de quem em algum momento da vida já passou por ali… No Norte do Rio Grande do Sul, em um espaço singelo no centro de Erechim, a cultura resiste. É em grandes nomes do teatro e da teledramaturgia, passando por talentos da música, da dança, das artes visuais e até mesmo a pessoas de profissões comuns, que a história do Centro de Belas Artes Osvaldo Engel se constrói e se perpetua. Em 2023, ano em que celebrará seu 62º aniversário, o local que é referência cultural para todo o Alto Uruguai gaúcho terá sua história eternizada em um documentário que vem sendo produzido desde setembro de 2022.

Intitulado Belas Artes: Ontem, Hoje e Sempre, o projeto chegará à comunidade erechinense por meio do cinema, ainda neste ano. Ao resto do Estado, o material será disponibilizado em diferentes espaços culturais. A produção atualmente está na fase de captação de imagens e depoimentos, depois de já ter passado pelas fases de pesquisa histórica, roteirização, e entrevistas com pessoas que tiveram suas trajetórias impactadas pelo tempo em que estudaram ou conviveram na Escola.

São justamente esses relatos que darão o tom da obra, já que o documentário tem como fio condutor as memórias de ex-alunos, professores e funcionários do “Belas”. É assim que o local que hoje atende mais de 600 alunos costuma ser chamado, em um diminutivo, que apesar de não representar sua grandeza, demonstra a intimidade e o carinho que as pessoas sentem pelo espaço conhecido por emanar cultura.

Para além da indiscutível importância local e regional, a relevância da Escola perpassa pela sua influência nas carreiras de artistas que iniciaram ou aprimoram sua arte ali. Entre eles, músicos consagrados, como Gildinho, de Os Monarcas e seu irmão, Chiquito; atores com passagens em novelas, séries e filmes de impacto nacional; a modelo internacional Alessandra Ambrósio, que estudou balé e teatro na escola; além de inúmeras pessoas comuns, que mesmo não tendo seguido carreira cultural, consideram imprescindível a formação que tiveram na instituição, em áreas como a música, a dança, o teatro e as artes visuais.

O documentário tem a produção executiva e coordenação geral de Nair Rocha Dutra, com direção geral e roteiro de Patrick Menegazzo, que é um dos idealizadores do projeto, junto com Cléo de Páris. Mais do que uma produção cultural, o material também tem um viés afetivo e simbólico. Grande parte da equipe envolvida tem histórico ligado ao Belas Artes, desde ex-alunos até professores do local. O diretor geral da obra não esconde a emoção ao falar do projeto, especialmente após a realização de entrevistas que embasarão o documentário e que ratificam a percepção que ele já tinha do local em sua importância indiscutível:

“Por ali passaram expoentes da cultura, pessoas que aprenderam a arte em que se destacam no Belas, ou que apenas aprimoraram o que já era um dom. Pessoas que iniciaram como alunos e mais tarde retornaram como professores. As entrevistas têm sido muito enriquecedoras, com depoimentos belíssimos e emocionantes. O processo de captação das imagens, as escolhas feitas pela equipe são muito profissionais e certamente culminarão em um trabalho à altura do que essa história merece”, afirma Patrick, que é ex-aluno de teatro da escola.

Também ex-aluna de balé do Belas Artes, e responsável pela direção de arte do documentário, a atriz Cléo De Páris, relembra os motivos que a fizeram pensar em uma produção que valorizasse essa história tão rica: “Foi durante a pandemia que nasceu o sonho desse projeto, talvez porque o momento nos fez pensar em histórias de resistência, na força que a arte tem de mudar o mundo e os seres humanos. Estudei no Belas Artes na década de 1980 e me emociono toda vez que lembro que essa escola resiste há mais de 60 anos, trazendo oportunidade e sensibilizando tantas pessoas de todas as idades e classes sociais”, pontua.

Recentemente a Escola de Belas Artes Osvaldo Engel ganhou status de Centro Cultural, Técnico e profissional. Há projetos futuros de que ela ganhe uma nova sede. Até lá, o material que está sendo produzido deve marcar também o período vivido em seu atual endereço – a Rua Nelson Ehlers, no centro de Erechim – prédio onde a maior parte de sua história se desenvolve. A mudança deve garantir maiores condições à instituição e maior oferta de vagas, já que hoje há fila de espera para algumas aulas. Além do passado, esse olhar para o futuro também deve ser explorado no documentário, previsto para ser concluído em março, e que servirá também como meio de pesquisas futuras sobre a escola, que há quase 62 anos é uma referência cultural no Norte do Rio Grande do Sul.

O projeto “Belas Artes: ontem, hoje e sempre” conta com o patrocínio das empresas: Cavaletti, Cercena, Ervateira Cristalina, Perfil e Sementes Estrela. Apoio Sicredi UniEstados, Movie Arte Cinemas e URI Erechim. O financiamento é do Pró-Cultura RS Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

 

O andamento do projeto também pode ser conferido nas redes sociais, pelo perfil no Instagram @doc.belasartes e no Facebook Belas Artes: ontem, hoje e sempre.

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