Força Nacional nas reservas indígenas da região
Na última semana escrevi que a questão indígena no Alto Uruguai está se tornando cada vez mais séria devido aos confrontos entre grupos que disputam o poder nas reservas e residentes destas que se envolvem com crimes graves, colocando moradores de cidades próximas em regime de medo e tensão.
Recentemente o Ministério Público Federal (MPF) em Erechim requisitou ao secretário nacional de Segurança Pública a verificação da possibilidade de alocação de contingente da Força Nacional (FN) de Segurança Pública na Terra Indígena de Ventarra, em Erebango. Em nota, o MPF explicou que o pedido foi realizado em razão do recebimento de notícias de uso de armas de fogo no local, situação que gera grave perturbação da ordem e da segurança pública naquela comunidade.
Desde novembro do ano passado, a FN mantém um contingente na reserva do Ligeiro, em Charrua, aonde os confrontos chegaram a ganhar até o centro da cidade, provocando homicídio, interrupções nas aulas e reforço no policiamento. Agora o pedido é para que também atuem em Ventarra.
Acredito que a necessidade de contar com a FN em duas das três reservas existentes na região (Votouro, Ventarra e Ligeiro), expõem o quanto a situação está perigosa e violenta, já que o órgão de segurança costuma atuar em situações como conter rebeliões em presídios de alta segurança, fazer frente às ondas de ataques de facções criminosas em diferentes estados do país e tentou substituir policiais militares durante greve da corporação ocorrida em Pernambuco.
Na coluna passada também falei sobre outro problema envolvendo as disputas indígenas: a generalização. Se alguns não se importam em usar de violência, é preciso lembrar que um bom número de indígenas, apenas quer viver em paz, não se envolve nos atos criminosos e acaba se tornando vítima, precisando fugir de suas casas e sendo apontado como bandido pela opinião pública, principalmente em comentários que se espalham pelas redes sociais. Mais um problema a ser combatido.
Por Alan Dias