Exame de toque retal salva vidas, mas ainda é visto como tabu

Semana passada li matéria sobre ação realizada pela prefeitura de Charrua, através da Secretaria de Saúde e Assistência Social, para que mulheres realizassem os exames preventivos do Câncer de Colo de Útero e Câncer de Mama, na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Cidade Alta. Sem dúvida alguma, uma iniciativa que merece elogios pela importância.

Na mesma matéria, disponibilizada pela Assessoria de Imprensa do Município, um fato me chamou atenção. O município também havia aberto agendamento para que os homens realizassem exame preventivo do Câncer de Próstata, porém, devido à falta de procura, a ação foi cancelada e uma nova data será marcada.

Importância

De acordo com nota divulgada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em 2017, “o câncer de próstata permanece como a neoplasia sólida mais comum e a segunda maior causa de óbito oncológico no sexo masculino. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) foram estimados 61.200 novos casos em 2016/2017 no Brasil, constituindo o tipo de câncer mais incidente nos homens (excetuando-se o câncer de pele não-melanoma). Apesar dos avanços terapêuticos, cerca de 25% dos pacientes com câncer de próstata ainda morrem devido à doença. Atualmente, cerca de 20% ainda são diagnosticados em estágios avançados, embora um declínio importante tenha ocorrido nas últimas décadas em decorrência, principalmente, de políticas de rastreamento da doença e maior conscientização da população masculina”.

O câncer de próstata costuma ser letal apenas se descoberto já em estágio avançado e aproximadamente 90% dos casos descobertos no início são curados.

Pesquisa encomendada pela SBU e realizada pelo Datafolha no ano passado apontou que para 21 % dos entrevistados o exame de toque “não é coisa de homem” e 38% responderam que “não é necessário”, apesar de ser essencial na detecção precoce da doença. Assim, devido a letalidade da doença, que costuma se desenvolver sem sintomas no início, e a alta incidência de cura em casos iniciais, é importante deixarmos de lado o tabu que ainda envolve o exame.

Por Alan Dias 

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