Estado mobiliza municípios e população para o Dia C de vacinação contra a Covid-19 em crianças

O governador Eduardo Leite realizou, nesta quinta-feira (17/2), uma transmissão ao vivo para tratar sobre a vacinação infantil contra a Covid-19 e o Dia C, marcado para sábado (19/2) em todo o Rio Grande do Sul. A principal mensagem foi em relação à mobilização pelo reforço das ações por parte dos municípios na data, além de se enfatizar o recado aos pais e responsáveis para que levem as crianças às unidades de saúde que estarão extraordinariamente abertas nesse dia.

“O processo de vacinação é uma ação individual, mas com efeito coletivo. Além de diminuir a chance de agravamento, a imunização deixa a carga viral mais baixa, diminuindo a possibilidade de transmissão. Estamos vendo o aumento de ocupação de leitos hospitalares e de UTIs por crianças aqui no Estado e, ao mesmo tempo, baixa adesão de vacinação. Não é normal e não podemos aceitar que crianças sejam acometidas por uma doença que leva a óbito”, enfatizou o governador aos responsáveis por crianças e aos gestores para que a vacinação infantil seja estimulada no Dia C.

 

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“O processo de vacinação é uma ação individual, mas com efeito coletivo”, destacou Leite – Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

 

Leite também reforçou que as vacinas destinadas ao público infantil são seguras. “O mundo inteiro se mobilizou, com muito estudo e muita pesquisa, para desenvolver essas vacinas. O imunizante foi testado e aprovado”, afirmou.

Até o momento, o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações registra 259 mil crianças de cinco a 11 anos vacinadas no Estado, o que representa cerca de 27% da população estimada dessa idade (964 mil crianças). Há nos municípios doses suficientes para avançar na cobertura, pois mais de 875 mil foram distribuídas até agora.

A secretária adjunta da Saúde, Ana Costa, participou do evento e ressaltou a segurança da vacina. Ela também frisou a importância de se criar estratégias que envolvam e tranquilizem os pais ou responsáveis. “É importante os municípios terem ações como a vacinação extramuros [fora dos postos de saúde], alinhamento com escolas e outras alternativas para alavancarmos a campanha no Estado”, comentou.

Na oportunidade, foram apresentadas pela Secretaria da Saúde algumas estratégias recomendadas para vacinação de crianças:

  • Realização de busca ativa;
  • Atualização dos registros de doses aplicadas no sistema de informação;
  • Vacinação extramuros (Informe Técnico nº 7/2021/CEVS/SES/RS);
  • Sensibilização e orientação das famílias pelo agente comunitário de saúde (ACS);
  • Utilização dos meios de comunicação locais para divulgação da disponibilidade da vacina e da importância da vacinação;
  • Ampliação do horário de atendimento e em horários alternativos para a realização da vacinação, como no turno da noite e nos finais de semana, se possível.

Por que vacinar as crianças?

A Secretaria da Saúde alerta que, apesar de menor incidência, as crianças correm risco de apresentar casos graves e óbitos por Covid-19, além de ficarem suscetíveis a sequelas. Para exemplificar esses perigos, a chefe da Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, apresentou alguns tópicos sobre a vulnerabilidade da população infantil e o potencial impacto na população em geral.

  • O percentual de casos de Covid-19 em crianças, em comparação ao total da população, é hoje três vezes maior do que no início da pandemia. Enquanto em março de 2020 os registros em crianças representavam menos de 2% dos casos, em fevereiro deste ano está em mais de 6%, configurando uma tendência de aumento.
  • Comparando o maior pico da Covid-19 anterior ao atual, em março de 2021, a incidência na faixa etária dos cinco aos nove anos é quatro vezes maior. Considerando todas as faixas etárias, o atual cenário superou em quase 70% o pico do ano passado.
  • As faixas etárias de zero a 11 anos e de 12 a 19 anos passaram a representar uma proporção maior das hospitalizações em 2022 em comparação com anos anteriores. Enquanto no acumulado da pandemia essas idades significavam 0,6% das hospitalizações por causa da Covid-19, neste ano essa proporção passou para 6%.
  • Foram registradas 235 internações por Covid-19 de crianças de cinco aos 11 anos no Estado, das quais nove evoluíram para óbito.
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