Erechinense vence competição de Direito Internacional Humanitário nos Estados Unidos e recebe prêmio por destaque em oratória

No último fim de semana (23 a 25 de março), o Brasil fez história vencendo a 11ª Competição Clara Barton de Direito Internacional Humanitário, em Washington D.C., Estados Unidos.

Ana Laura Giaretta, erechinense e ex-aluna da Escola Básica da URI, foi parte do time da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), acompanhada das colegas Luiza Fernandes e Letícia Heinzmann.

O time, composto por três brasileiras, era o único que não tinha o inglês como língua nativa. Ana Laura, Letícia e Luiza enfrentaram conceituadas universidades norte-americanas, bem como as academias da Marinha, Exército e Aeronáutica dos Estados Unidos, e se sagraram campeãs da edição.

Além de participar da equipe campeã da Clara Barton Competition, Ana Laura recebeu prêmio individual de oratória e advocacy – isto é, a habilidade de defender oralmente um ponto de vista. A menção honrosa a colocou entre os cinco melhores oradores da competição, sendo dentre eles a única não falante nativa da língua inglesa.

A Competição

A Clara Barton Competition é uma competição jurídica sobre Direito Internacional Humanitário – também conhecido como o “direito da guerra” – realizada pela Cruz Vermelha Americana. Ela ocorre totalmente em inglês.

Durante a Competição, os participantes exploram a aplicação da lei por meio de estudos de caso de conflitos armados fictícios, interpretando diferentes papéis em um ambiente de simulação.

Ana Laura e as companheiras de time negociaram com grupos armados, visitaram prisioneiros, realizaram assessorias jurídicas, defenderam a posição de países em reuniões com a ONU e até mesmo participaram de uma simulação de programa de TV, tudo dentro do contexto do conflito armado fictício criado para a competição.

Os juízes também têm participação ativa nas rodadas, fazendo perguntas aos participantes e desafiando seu conhecimento na matéria.

A jornada na competição

A competição é composta por 4 rodadas preliminares, seguidas de quartas de final, semifinal e final. Nas rodadas preliminares, a equipe brasileira enfrentou diversas universidades e academias militares. Nas quartas de final, venceram a academia da aeronáutica dos Estados Unidos, três vezes campeã da competição em anos anteriores. Já nas semifinais, o time superado foi a academia do exército americano em uma discussão sobre ataques cibernéticos e espaciais no contexto de guerra.

A final foi contra a Texas Tech University, vencedora da competição no ano anterior. Tendo que defender a legalidade de um ataque no conflito armado, as brasileiras sagraram-se campeãs da 11ª Clara Barton Competition.

Prêmio de oratória

Ana Laura foi uma das cinco melhores oradoras da competição e recebeu menção honrosa por suas habilidades de defesa oral.

Na competição, os participantes assumem diversos papéis e devem adequar seu modo de falar, linguajar e tom de acordo com os diferentes personagens que estão interpretando. Os melhores nessa habilidade são os reconhecidos com o prêmio de Honorable Mention Advocate, recebido pela erechinense.

Processo de seleção

Para participar, é exigido um excelente conhecimento de direito internacional humanitário e domínio proficiente da língua inglesa, caso não seja falante nativo. A seleção ocorre em duas partes. Primeiramente, uma entrevista oral sobre a matéria feita pela Clínica de Direito Humanitário da UFRGS. Os três selecionados para representar a universidade, então, partem para a segunda etapa de seleção nos Estados Unidos, por meio do envio de um memorial online sobre o tema. Em sequência, as 16 melhores são aprovadas para competir oralmente na sede da Cruz Vermelha Americana, em Washington D.C.

Aprendizados

Ana Laura enfatiza que o processo de preparação é intenso, demandando muitas horas de leituras e práticas orais por semana. Na competição, todo esse conhecimento é posto à prova através das tarefas, que são complexas e permitem apenas uma hora de preparação, e principalmente das desafiadoras perguntas dos juízes. Estar em um ambiente com tantas referências no Direito Internacional e estudantes de universidades tão conceituadas traz fantásticas oportunidades, diz a ex-aluna da Escola da URI.

Além disso, o prêmio individual de oratória é valioso. Para Ana Laura, “ele é uma prova de que é possível, através do estudo, aperfeiçoar-se em uma língua estrangeira ao ponto de inclusive superar muitos falantes nativos na expressão oral”.

O triunfo de Ana Laura, Letícia e Luiza diante de conceituadas universidades e academias militares norte-americanas representa, em suma, o poder do estudo, mostrando que o conhecimento é o melhor combustível para alçar voos altos.

Por Assessoria de comunicação

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