Erechim possui um dos melhores índices de limpeza urbana do Rio Grande do Sul

O secretário municipal do Meio Ambiente, Cristiano Moreira, destacou, em entrevista ao Estúdio Boa Vista da Rádio Cultura, que Erechim está entre as cidades com os melhores índices de limpeza urbana do Rio Grande do Sul. Para municípios com mais de 100 mil habitantes, Erechim costuma ocupar a terceira posição no ranking estadual e, em algumas ocasiões, já alcançou o primeiro lugar.

“Um exemplo desse sucesso é a coleta seletiva, que funciona há mais de 20 anos na cidade. Esse é um diferencial importante, já que nem todas as cidades do nosso porte realizam a coleta seletiva porta a porta, com um trabalho social e ambiental integrado. Mais de 100 famílias dependem diretamente da renda obtida com a reciclagem de materiais secos”, explicou Moreira.

Apesar dos bons resultados, o secretário ressaltou que a cidade é exigente e, de tempos em tempos, é necessário modernizar os processos. Por isso, o prefeito Paulo Polis vê na concessão dos serviços de limpeza urbana uma oportunidade para investir e qualificar ainda mais o sistema. A proposta é conceder à iniciativa privada a operação dos serviços por até 30 anos, com previsão de investimentos superiores a R$ 150 milhões nesse período.

(Foto: Divulgação Secretaria do Meio Ambiente)

Novo sistema de coleta

A ideia é implementar a coleta lateral conteinerizada, utilizando caminhões especializados e motoristas treinados para operar o sistema. Atualmente, há uma grande deficiência na mão de obra de garis, o que dificulta a eficiência do serviço. O novo modelo deve começar pela região central, com coleta realizada 24 horas por dia. Dessa forma, a população poderá descartar o lixo nos contêineres a qualquer momento, eliminando a necessidade de sacos de lixo nas calçadas.

“Isso evitará problemas como o entupimento de bueiros causado por sacos arrastados pela chuva ou vento, além de melhorar a estética da cidade e reduzir a proliferação de pragas, insetos e doenças. O sistema de conteinerização é o mais moderno disponível no mundo, e é isso que estamos propondo para Erechim”, afirmou Moreira.

Contêineres subterrâneos

O município não adotará, inicialmente, contêineres subterrâneos devido ao alto custo de instalação e à complexidade da infraestrutura necessária. “Sob nossas ruas e avenidas, há redes de água, esgoto, energia e internet. A instalação de contêineres subterrâneos exigiria a abertura de valas em praticamente todas as quadras, além de estudos detalhados para evitar danos às redes existentes”, explicou o secretário.

A tecnologia de contêineres subterrâneos é recente, disponível há apenas cinco anos no mercado, e tem um custo elevado – de oito a dez vezes maior que o sistema de coleta lateral com contêineres de superfície. Além disso, não há indústrias que produzam esse sistema em larga escala. Apesar disso, o município avaliará a viabilidade dessa tecnologia no futuro.

Financiamento e equilíbrio financeiro

O modelo de concessão de contêineres subterrâneos prevê uma contraprestação, ou seja, o pagamento mensal feito pelo Executivo municipal para cobrir os custos do serviço. Atualmente, a taxa de lixo arrecadada não é suficiente para bancar o novo sistema, e a diferença será coberta por recursos livres do município. “É essencial equilibrar os custos para que o serviço não se torne inviável para a população ou para o poder público. A taxa de lixo deve ser acessível a todos, independentemente da região ou da condição financeira das pessoas”, destacou Moreira.

O secretário enfatizou que o objetivo é garantir um serviço de qualidade, moderno e sustentável, sem onerar excessivamente os cidadãos ou comprometer as finanças públicas. “Precisamos encontrar o equilíbrio entre tecnologia, custo e eficiência para que Erechim continue sendo referência em limpeza urbana”, concluiu.

Por: Edson Machado da Silva

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