Se você nunca provou o chocolate Trento, ao menos deve ter se deparado com ele inúmeras vezes nas gôndolas de mercados, padarias, lojas de conveniência ou até mesmo na internet. Surgido em 2011, o produto vem ganhando cada vez mais popularidade nas redes sociais, onde seus fãs (os “Trento lovers”) enaltecem o doce.
Fabricado pela gaúcha Peccin, o Trento é um “wafer crocante em formato de tubo, coberto com puro chocolate 38% de cacau e generoso recheio cremoso”, segundo a empresa. A qualidade do produto e o “preço justo”, de acordo com o site da Peccin, são alguns de seus diferenciais.
Há 12 anos, quando foi lançado, havia apenas três sabores: chocolate ao leite, avelã e creme. Hoje, o portfólio é extenso, com 12 versões (cheesecake de morango, mousse de maracujá, torta de limão, dark, chocolate, creme, branco-dark, avelã, morango, avelã choco branco, duo e torta de maçã) em diferentes tamanhos e porções.
Produção
A Peccin detém um parque industrial de 40 mil m² em Erechim (RS), onde o Trento é fabricado. A produção utiliza uma tecnologia europeia que foi importada especialmente para a produção do chocolate em 2011, com o objetivo de trazer ao Brasil um conceito novo, diferente do que havia no mercado, como informa o site da marca.
A empresa informou a PEGN que não abre dados relativos ao investimento inicial, faturamento nem margem de lucro relativa ao Trento, mas revelou que as vendas da marca de chocolate já representam dois terços do faturamento da Peccin.
Curiosidades sobre o Trento
O nome escolhido para o chocolate foi inspirado na região de Trento, ao Norte da Itália, famosa por suas ruazinhas com prédios antigos e coloridos. Trata-se de um destino turístico conhecido. A escolha do nome também foi uma maneira de homenagear a origem da família Pezzin, fundadora da fábrica de doces.
“A Peccin sempre teve uma veia inovadora forte e, em maio de 2011, lançou o chocolate Trento buscando diversificar o portfólio, dar valor ao negócio, e com isso, agregar valor ao mercado. Incluindo a categoria de chocolates, nos tornamos um player mais completo”, sintetiza Dirceu Pezzin, diretor-presidente da Peccin, em entrevista a PEGN.
Ele conta ainda que a Peccin levou um ano para desenvolver o produto e chegar a um “chocolate de nível europeu”, com percentual de cacau elevado e uma qualidade acima do que existe no mercado brasileiro. “O formato inovador que une a crocância do wafer com nosso chocolate e recheios é hoje a marca registrada da empresa”, diz.
Desde o lançamento, o chocolate Trento não passou por alterações. “Em termos de produto, nada mudou”, afirma o presidente. “A qualidade e entrega que o consumidor aprovou é nosso balizador para seguir em frente. O que a Peccin fez foi investir em ampliação fabril e ampliação de portfólio, com novos formatos e sabores diferentes”, resume.
A Peccin
Criada em 1956 pelos irmãos Pezzin, a empresa inciou atividades produzindo balas artesanalmente. “Na década de 1950, os próprios fundadores realizavam a fabricação das balas, de forma totalmente manual, e também realizavam as vendas”, conta.
A princípio, os empreendedores comercializavam apenas nas cidades próximas a Erechim (RS). Posteriormente, adquiriram as primeiras máquinas de enrolar os doles, o que permitiu a expansão das vendas para Santa Catarina e Paraná.
A segunda geração da empresa assumiu a gestão do negócio a partir de 1984, com Dirceu Pezzin, que ocupa o cargo de diretor-presidente até os dias atuais.
Atualmente, o parque industrial da Peccin tem uma das maiores capacidades de produção do segmento no Brasil. Além do Trento, a empresa é detentora de outras marcas de doces, como Tribala, Frutibelo, Blong e Frutomila.
“Em agosto, foi feita a primeira entrega resultante de um aporte que totaliza um investimento de R$ 150 milhões. É um novo centro de distribuição, dentro da área da empresa, em Erechim”, conta o presidente. “Foi especialmente pensado para o armazenamento de chocolates, que exige uma série de especificidades de refrigeração e climatização antes de ser enviado ao mercado”.
Com cerca de 1,4 mil funcionários, a Peccin tem capacidade de produção de 5 mil toneladas por mês, entre chocolates e outros doces. Os produtos já estão presentes em mais de 50 países, sendo que o principal mercado no exterior é a região do Mercosul e o continente africano, segundo a empresa. A previsão de faturamento para 2023 é de R$ 750 milhões.
Por Empresas & Negócios