De acordo com o economista Túlio Liechtenstein, a análise atual do mercado financeiro, tanto no cenário externo quanto no interno, indica um momento de reflexão. Alguns conflitos que, no início do mandato de Donald Trump, não afetavam diretamente o mercado brasileiro, agora começam a surtir efeitos. No entanto, de certa forma, o Brasil tem sido beneficiado, especialmente com a taxação do aço, que impactou positivamente o setor. Outra surpresa foi a alta das ações da Gerdau e de outras empresas do segmento, contribuindo para a valorização do índice Bovespa.
Por outro lado, o dólar vem apresentando queda em 2025, acumulando uma desvalorização de aproximadamente 6% desde o início do ano. Nesta terça-feira (11), a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,76, com uma queda de 0,30%.
Conforme Túlio, a cotação do dólar deverá oscilar entre R$ 5,90 e R$ 6,00 ao longo do ano. Essa perspectiva é respaldada pelo Relatório Focus, que não indica uma mudança significativa na curva de valorização até o final de 2025.
O economista destaca que a desvalorização do dólar no acumulado do ano está relacionada a uma série de fatores, incluindo ajustes pós-eleições, mudanças no cenário internacional e a dinâmica política no Brasil. O atual governo, que inicialmente aparecia como favorito à reeleição, viu um partido concorrente ganhar força recentemente, chegando a superar as projeções de votos. Esses movimentos têm impactado as cotações do mercado, que busca um ponto de equilíbrio. Liechtenstein acredita que essa estabilidade deve ser alcançada ainda em fevereiro, permitindo uma visão mais clara para os próximos meses.
Ele projeta que o dólar deve se manter na faixa de R$ 5,90 a R$ 6,00. Embora esse patamar não seja ideal – já que um valor em torno de R$ 5,00 a R$ 5,30 seria mais favorável para importações e exportações, ainda está dentro de uma margem aceitável. Liechtenstein lembra que, após os picos observados em 2023 e 2024, o cenário atual reflete um equilíbrio entre fatores externos e internos.
Além do dólar, o economista comentou sobre o Bitcoin, que fechou a terça-feira, (11) cotado a U$ 96 mil, abaixo da marca de U$ 100 mil. Para ele, esse momento representa uma boa oportunidade de compra, com expectativa de que a criptomoeda retorne aos U$ 100 mil em breve. Outro destaque foi a taxa Selic, mantida em 13,25%
Além disso, Liechtenstein destacou a taxa Selic, mantida em 13,25%, e o volume financeiro da Bolsa de Valores, que surpreendeu ao movimentar R$ 20 bilhões em um único dia. Esse fluxo contribuiu para uma alta de 0,70% no índice Bovespa, que ultrapassou os 126 mil pontos. O economista projeta que o índice pode atingir entre 128 mil e 130 mil pontos nos próximos dias.
Por: Edson Machado da Silva